Lourenço & Lourival

O Matuto

Lourenço & Lourival


A vida que a gente leva na cidade eu não aguento
O nosso céu cor de anil aqui só vejo cinzento
Os carros e as indústrias, o barulho é um tormento
Pago caro água e luz e um aluguel violento
Estou perdido na selva de ferro, pedra e cimento

Vou voltar pro meu sertão onde vejo a lua cheia
Retirada do comércio umas seis léguas e meia
Aonde o fogão a lenha bem cedinho fumaceia
Aonde o homem é livre, prepara a terra e semeia
Quem vive em apartamento quase mora na cadeia

Quem nunca viu o sertão, viva comigo e veja
A festa da passarada lá no paraíso verde
Com água pura da mina eu mato a minha sede
A noite no meu ranchinho deitado na minha rede
Lá de dentro eu vejo a Lua no buraco da parede

Falando em tranquilidade no sertão eu não discuto
Lá durmo de porta aberta num sossego absoluto
Deus manda chuva na terra, eu planto e colho os frutos
Longe da poluição, violência e crimes brutos
É um orgulho que eu tenho que me chame de matuto

(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
Compositor: Elias Candido Farias (Eduardinho) (SICAM)Publicado em 2003ECAD verificado obra #1031445 e fonograma #1122352 em 29/Out/2024 com dados da UBEM

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