Canto hoje e canto sempre O que sou e o que tenho Pois o rincão de onde venho É o santo chão dos ventenas Que arrastaram nazarenas Sobre tierra a abajo el cielo Pela cor deste pañuelo Que ainda faz peso na goela Dos que pelearam por ela “Inté” o último atropelo
Esta cantiga baguala É o idioma dos bravos Que se fizeram escravos Do mundo e da própria sina E aos poucos o descrimina Mas não lhes tira o direito, São tauras do mesmo jeito Esta é a razão que se acha, Pois um homem de bombacha Merece todo respeito
Por isso eu canto em nome Dos que vivem nos arreios E em pelados de rodeio Dão a vida por um pealo Acham um grande regalo Trocar a vida por nada Um índio “venta rasgada” É sempre um filho do vento Que ergue a pátria nos tentos No romper da madrugada
Se lhes falo de criollas Lhes falo porque conheço, Pois também andei do avesso Por estradas e galpões, Só não sei por que razões A alma das criaturas Vaga pelas planuras Donde o vento norte ronca Sobre cunheiras e estroncas Que se ergueram nas lonjuras
Mas algum dia eu encontro A parceria dos outros Que usavam botas de potro E chapéus pança de burro Que perpetuaram sussurros De boleadeiras e garras E viram o sol entre as barras De horizonte e infinito Quando os primeiros gritos Acolheraram guitarras
Compositores: Rogerio Andrade Vijagran (Rogerio Villagran), Marcelo Oliveira de Oliveira (Marcelo Oliveira) ECAD: Obra #1312185 Fonograma #895419