María Elena Walsh

Aria Del Salón Blanco (tradução)

María Elena Walsh


Aria Do Salão Branco


Sr. Jorge Garrido

Escrivão do governo

Sob o busto da Pátria

Ele viu mais de um inverno passar

Ele viu enviar mais de um para o chifre


O filósofo escriba

Pense que os juramentos

Como as folhas de outono

Eles são sempre carregados pelo vento

Ou talvez um regimento


Bombas e lançamentos

Eles nunca alteram o gesto

Ele se inscreve na história

Aos desafortunados e aos destituídos

E o que eles colocaram como reserva


Ele é constante em seu posto

Diante de páginas riscadas

E no fundo de sua alma

Pense que não somos nada

Aquele afunda e o outro nada


Ao Sr. Jorge Garrido

Canhões não o assustam

Ele marca, assina e risca

Mas ninguém deposto

Nossas felicitações

Aria Del Salón Blanco


El señor Jorge Garrido

Escribano de gobierno

Bajo el busto de la Patria

Vió pasar más de un invierno

Vió mandar más de uno al cuerno


El filósofo escribano

Piensa que los juramentos

Como a las hojas de otoño

Siempre se los lleva el viento

O quizás un regimiento


Bombas y comunicados

No le alteran nunca el gesto

Él inscribe en la historia

Al funesto y al depuesto

Y al que ponen de repuesto


Él está firme en su puesto

Ante páginas tachadas

Y en el fondo de su almita

Piensa que no somos nada

Que uno se hunde y otro nada


Al señor Jorge Garrido

No lo asustan los cañones

Él anota, firma y tacha

Pero nadie lo depone

Nuestras felicitaciones

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