Um ranchito velho firme na canhada que fumega a noite, pela lamparina. E o sol desencilha no pago fronteiro por detrás dos cerros, tisnando as retinas. Se vamo, parceiro, pra um baile de campo que é nesse tranco que chora a cordeona. E ao soco se aquieta pra um trago de vinho deixando sozinho o som das choronas. A copa se alonga e eu quieto escorado bombeio as morenas golpeando o gargalo. Me encontro delgado e bem pras carreira se me facilita eu meto o cavalo. Deixa pra mim... Deixa pra mim! Morena linda, chinita, flor do alecrim... Deixa pra mim... Deixa pra mim! Rosto de noite volteando os olhos pra mim.
“Ah! Cordeonita paisana... Continua choramingando, no más enquanto eu sigo aqui desdobrando esta morena”. Que “coza” mais linda teus olhos de noite parece um açoite no peito do peão! Larguei de vereda no ouvido da prenda pois nunca se sabe do jeito que estão. Entendo bastante do tal sentimento é como o domero no lombo de um potro. Se anda tranqüilo e mal estrivado se leva um pealo mais lindo que o outro. Então meto espora e toco por diante pois ando distante de outro domingo. Te achega, morena, que a noite te leva pra alguma querência na anca do pingo.
Compositores: Mauro Sergio Montenegro Moraes (Mauro Moraes), Juliano Marcio Gomes Avila (Juliano Gomes), Fernando de Souza Soares (Fernando Soares) ECAD: Obra #2906071