Coisa esquisita a gadaria toda, penando a dor do mango com o focinho n'água o campo alagado nos obriga a reza, no ofício de quem leva pra enlutar as mágoas...
O olhar triste do gado atravessando o rio, a baba dos cansados afogando a volta, a manha de quem berra num capão de mato, e o brado de quem cerca repontando a tropa...
Agarre amigo o laço, enquanto o boi ‘tá vivo, a enchente anda danada molestando o pasto, ao passo que descampa a pampa dos "mirreis"
E a bóia que se come, retrucando o tempo, aparta do rodeio a solidão local. pealando mal e mal o que a razão quiser...
Amada! me deu saudade, me fala que a égua ‘tá prenha, que o porco ‘tá gordo, que o baio anda solto, e que toda a cuscada lá em casa comeu!
Coisa mais sem sorte este peste medonha, curando os mais bichados deu febre no gado, não fosse a chuvarada se metendo a besta, traria mil cabeças com a benção do pago...
Dei falta da santinha limpando os peçuelos, e do terço de tento nas preces sinuelas, logo em seguidinha é semana santa, vou cego pra barranca e só depois vou vê-la!
Compositor: Mauro Sergio Montenegro Moraes (Mauro Moraes) ECAD: Obra #1258695 Fonograma #585178