Meu rosilho se resolve topar parada comigo Não há quem diga pra ele que nós dois somos amigos Vem da invernada rachando num estadão que é uma tronqueira E passa a noite escarceando pra adelgaçar na mangueira
De manhã quando me aprumo não tem forma nem costeio Nem um canto da mangeuira pra chegar e botar o freio Erra o coice o meu rosilho, murcha a orelha e sai pros lados Só porque passou uns dias pastando com uns aporreados
Parece que não conhece o fio e a força da espora Ou não se lembra direito dos mangaços campo a fora Dos arreios bem cinchados, bocal, maneia e rendilha De quando quis corcovear depois da primeira encilha
Se topou mal o meu rosilho que eu também tenho os meus dias Quando eu durmo destapado e a noite implica em ser fria Porque eu não sou muito manso e se me acordo do avesso Não te tiro pra compadre e tu me paga este preço
Não sei porque o reboliço na mangueira se negando Pra depois sair que é um gato pelo potreiro tranqueando Crioulo de marca e sangue que me veio por regalo Da Estância da Guajuvira mil gracias pelo cavalo!
Compositores: Mauro Sergio Montenegro Moraes (Mauro Moraes), Paulo Henrique Teixeira de Souza (Gujo Teixeira) ECAD: Obra #216747 Fonograma #870925