Logo ali neste rincão há um rancho de alma e poesia Que renasce a cada dia à sombra de um tarumã Tem flores no parapeito, paredes alvas caiadas E um silêncio que por nada se encanta cada manhã
Quem cruza estende os olhos, avista um fio de fumaça Que ganha o céu de quem passa no rancho antes tapera Não sabe das frutas boas e das águas da vertente Não vê amor e não sente que tem alguém e uma espera
Quem mora ali neste rancho é a flor mais linda do pago E é pra ela que eu trago léguas de campo e outra flor Meus sonhos meio em pedaços que juntando faço um E um sentimento comum que escolhi chamar de amor
Quando chego ao fim da tarde o coração vai primeiro Cruza o campo do potreiro e me espera na cancela Mato minha sede num abraço, de boas vindas um beijo E um mate bom com poejo recém cevado por ela
Daí o rancho é uma estrela e a noite fica comprida E o céu imenso da vida deixa um candeeiro alumiar Pras sombras de uma saudade estenderem-se por tudo E o rancho anoitecer mudo, e em silêncios madrugar
Bem aqui neste rincão há um rancho de luz e amor Que guarda dentro uma flor e sonhos pela metade Um rancho pleno de vida, de alma feito por mim Que renasce sempre assim no instante de uma saudade!
Compositores: Mauro Sergio Montenegro Moraes (Mauro Moraes), Paulo Henrique Teixeira de Souza (Gujo Teixeira) ECAD: Obra #2105390 Fonograma #870930