O que se passa? Pra onde te atira galponeira, flor de campeira? Indago “temprano” a minha guitarra Fumaceando um pito, “mirando lejos” Onde milogueiro rumbeio a estrada
Uma milonga ajeitada de freio Esparrama os arreios das minhas palavras Chuleia um preparo trançado a capricho Campeia nos livros alguma quarteada
Segue mateando comigo Em tudo o que digo da boca pra fora Proseando um lote de coisas de campo Com a alma no cocho tapada de bóia
Essa milonga é da minha laia E tchau e gracias
Banquei o pingo na rédea, apeei as encilhas Enxagüei o lombo e soltei no corredor Onde um saudade gaviona Quis me alcançar querendona Pra me ganhar de fiador
Uma mionga pampeana Criada em campanha resmunga no más Cortando alça de gaita Numa chalana veiaca cruzando o rio Uruguai
Anda no mesmo compasso Num coraçonaço a bolapé Puxando a cincha no jeito Atando o bocal no queixo antes que eu crave o pé
Uma milonga aporreada Floreia baguala nas garras dos loucos E empurra a dor com a barriga Numa coplita argentina ao pé do fogo
Anda pedindo bolada Botando uma gineteada charqueando o cara do tempo Contrabandeando cavalos Pelas aguadas do passo deitando o cabelo
Não há mais nada a dizer Nem nada por fazer Essa milonga, ah! essa milonga “Mi garró sem perros!”
Compositor: Mauro Sergio Montenegro Moraes (Mauro Moraes) ECAD: Obra #2363776 Fonograma #870941