Em um reino distante onde a graça tonou-se lei Levantaram boatos infames contra um rei dizendo "já não há mais livre acesso ao trono ao castelo Seremos nós o porta-voz do reino entre os servos" Pobres servos não conhecia um certo livro Que contava a história do rei desde o inicio Um rei benevolente, humilde, sábio, supremo Capaz de dar sua vida por qualquer um do seu reino Os feiticeiros arrastavam multidões de tolos Vendendo amuletos, arrancando o ouro do povo E se alguém se opusesse aquela patota opressora Aprisionavam o pobre coitado lá na masmorra Até que dois bobos da corte do rei se tornaram amigos E disseram: "majestade o seu reino está dividido" O rei entristecendo mas conhecendo aquela casta Enviou os dois bobos pregando através de metáforas E os dois bobos da corte estipularam um plano "como chegar até o povo? " e a ideia era rimando Colocaram um palco na praça reuniram a multidão E abertamente falavam do livro da revelação
Quem confia em ferradura na porta tá na roça Eu já vi burro com quatro triste puxando a carroça É rosa santa e agua benta, vela em plena luz do dia Quem se orienta pelo sol, já não precisa mais de guia Tolha do esquecimento, esquece tudo até o céu Cuidado pra tua linha, não recosturar o véu Pedra da prosperidade quinhentos denário o preço Cuidado pra sua pedra, não ser pedra de tropeço È vaca santa é buda , na orelha um galho de arruda Confuso que Deus chamar na hora do Deus nos acuda? È canto pro santo descer, joga o santo falso fora O verdadeiro descerá, não sei o dia e nem a hora
Dos feiticeiros eu zombarei E do reino eu falarei As mentiras destruirei Trago a verdade da parte do rei
Dizem ser em nome do rei qualquer bênção barganhada Milagre tira tudo de quem já não tinha nada Entrevistando o oculto no culto olha a façanha Sal grosso só faz milagre numa peça de picanha Olha o leilão quem dá mais, quem se habilita, se levanta Fogueira queima dinheiro e nego afirma que ela é santa Qualquer escultura na cultura vira Deus de tolo Tá na moda os burros adorar bezerro de ouro Me mostre um homem santo e eu te mostro três mentiras Você, o homem santo e o templo que você cria Salomão tem seu templo, com amuleto e escultura O que me espanta é que o filho do rei reside nas ruas
Feiticeiros ficaram possessos com os dois bobos E convocaram todo tipo de líder religioso E disseram: "preparem uma forca no meio da praça" Mas alguém bradou em alta voz: "agora basta" Portando-se para o dono da voz estalou-se um alvoroço Era o rei vestido de mendigo no meio do povo "a tempos tenho caminhado entre vós mas me rejeitam Não me recebam como rei mas aceitam todas as seitas Homens governam suas vidas, pobres escravos da lei Sem saber que pra liberdade foi que vos libertei Impostos exorbitantes guardados em cofres quebrados São roubados nada sobra pros necessitados Me buscam de maneira errada, se perdem em religião Meu habitar é o amor ao próximo, a comunhão Acepção e soberba assim o reino se desfaz O maior servo foi meu próprio filho, príncipe da paz Não levantei juízes nem se quer intermediadores Sacerdócio maior nem menor, nem senhoras nem senhores Amou o príncipe da Pérsia seus rituais e mentiras Vos jogarei junto com ele no calabouço da minha ira
Dos feiticeiros eu zombarei E do reino eu falarei As mentiras destruirei Trago a verdade da parte do rei