O que eu já sei ninguém me tira O que eu amei ninguém me tira O que eu sonhei ninguém me tira O amanhecer ninguém me tira O que eu já vi ninguém me tira Eu reparti ninguém me tira Aquele azul ninguém me tira A minha luz ninguém me tira
Pode tirar meu livro e o meu berrante Pode entregar a estola pro traficante O que eu já sei ninguém me tira O que eu já sei ninguém me tira
Pode parar meu canto já ofegante Ponha meu verso nu como um deus Xavante O que eu amei ninguém me tira O que eu amei ninguém me tira
Pode vestir a noite no meu semblante Pode enforcar Pixote matar Cervantes O que eu sonhei ninguém me tira O que eu sonhei ninguém me tira
Pode entrar no céu e quebrar a ponte Me proibir a entrada no horizonte O amanhecer ninguém me tira O amanhecer ninguém me tira
Pode apagar passado e vender futuro Pode indenizar alma e derrubar muro O que eu já vi ninguém me tira O que eu já vi ninguém me tira
Pode comprar juiz e inventariante E deserdar meu filho do diamante Eu reparti ninguém me tira O que eu reparti, já reparti ninguém me tira
Pode queimar o verbo corão na estante Pode roubar a pedra do meu turbante Aquele azul ninguém me tira Aquele azul ninguém me tira
Pode enganar-me um monge um pastor farsante E me considerar insignificante A minha luz ninguém me tira A minha luz ninguém me tira
por nelson de campos
Compositor: Moacyr de Oliveira Franco (Moacyr Franco) (UBC)Editor: Torremolinos (UBC)Publicado em 2004 (13/Mai) e lançado em 2004 (10/Mar)ECAD verificado obra #20456884 e fonograma #660668 em 28/Out/2024 com dados da UBEM