Na carroceria do meu Ford 36 Levava abóbora, milho e gado de uma vez Meu Ford véio não passava humilhação Nossa Senhora, o que levou meu caminhão Mas no domingo transportava casamento Noiva, noivo e o pessoal Superlotado de inocência e de desejo Atravessava o milharal
Rosto avermelhado pelo sangue E pelo medo de um olhar Roupa feita em casa Esperança colorida no tear
Meu caminhão mudou E agora é um altar Tem capelão, tem seis padrinho Para entrar Depois do sim um beijo puro inaugural O primeiro dele e dela antes do lar Sanfona rasga um valseado Encomendado no clarão do fim do dia Vira um salão dos namorados O assoalho da minha carroceria
Truco bebedeira e meninada Sob a luz do lampião Voa pelo vale aquele som Acariciando o coração
Na madrugada todos pedem que eu buzine Meu caminhão virava agora limusine O riso dela e dele agora até cintila É que no escuro o amor da gente Mais rebrilha
Casinha branca de adobro barreada Esperava aquele amor Daqui a pouco o canteiro tá regado E começa nascer flor
E o meu caminhão vai retornando Lentamente pela sua estrada Como quem tem alma e ela hoje Deve tá recompensada
por nelson de campos
Compositor: Moacyr de Oliveira Franco (Moacyr Franco) (UBC)Editor: Torremolinos (UBC)Publicado em 1996 (24/Set)ECAD verificado obra #20462023 e fonograma #21442 em 08/Abr/2024 com dados da UBEM