O surgimento do Sampler, um gravador digital que permite gravar trechos de outras fontes e reproduzi-lo da maneira ques e desejar, no início dos anos 80 mudou a maneira de se fazer música. Afinal agora era possível fazer música, a partir de qualquer som, ruído ou... outras músicas. Hoje em dia a prática se tornou mais do que comum, especialmente no terreno do rap, pop radiofônico e R&B. Conheça aqui a origem de alguns sucessos do momento.
- A música mais comentada da semana, graças ao seu violento e impactante vídeo, é toda baseada num sample de Ghost Rider do Suicide, uma dupla formada no início dos anos 70 que ainda hoje soa moderna e assustadora (estamos falando de um grupo que causava revolta até aos punks mais radicais). O fato de que em 2010 a presença deles ainda seja capaz de fazer uma música soar diferente mostra o quanto a frente do seu tempo eles estavam.
O que seria dessa música sem aquele riff contagiante de metais? Para quem não sabe, a origem dele é pra lá de antiga, um antigo hit dos Chi-Lites de 1971. Esses foram um dos grandes nomes da soul music setentista responsáveis por grandes balanços e baladas que fizeram a alegria de muito baile black setentista. A junção do balanço dos anos 70 com a produção e os valores do século 21 acabram dando a luz a uma das melhores músicas da década passada e serviu de prova definitiva de que quando bem utilizado, um sample não é só um mero aproveitamento de uma ideia já usada.
- Madonna sempre curtiu usar samples em suas canções (um exemplo é a batida de Justify My Love que veio de Funky Drummer, de James Brown. Essa aliás já foi usada em milhares de faixas dos mais diversos artistas). A novidade aqui foi o uso de um antigo hit dos suecos do ABBA, Gimme! Gimme! Gimme! (A Man After Midnight), já que o grupo nunca autorizou o uso de samplers de suas músicas. Tanto que Madonna pessoalmente pediu a liberação ao pessoal do ABBA.
- Um dos maiores hits da cantora americana é toda baseada em um outro grande sucesso dos anos 80, Genius Of Love do Tom Tom Club. Esse grupo foi formado por membros do Talking heads enquanto o líder da banda, David Byrne estava envolvido em outros projetos. O passatempo deu tão certo que essa canção fez mais sucesso do que toda a obra da banda "principal" de seus integrantes.
- Aqui surge mais uma vez a base de Tainted Love na versão do Soft Cell. Essa mesma música já havia servido de base para S.O.S., um dos maiores hits de Rihanna. O Soft Cell foram pioneiros no tecnopop no início dos anos 80, época em que conseguiram muito sucesso com sua mistura de sintetizadores, soul, pop e letras sobre o lado mais sórdido da vida.
