Seguindo na nossa série de especiais sobre os discos que marcaram a história do pop, seguimos nos anos 60. Semana passada lembramos dos nomes que deram nome e força ao rock. Hoje falamos de artistas fundamentais para a música negra. Vale lembrar que na época esse segmento era dominado muito mais por compactos do que por álbuns, especialmente no caso da Motown. Por isso a presença de uma coletânea entre os discos de carreira. Mesmo assim muita gente teve de ficar de fora, de Isaac Hayes à Ray Charles passando por Dusty Springfield, que podia ser branca e inglesa mas fez um dos melhores discos da soul music: "Dusty in Memphis".
Semana que vem lembraremos de mais cinco álbuns dessa década antes de embarcarmos rumo aos ano 80.
Live at the Apollo 1962 - James Brown - 1963 - James Brown ficou famoso por seus shows viscerais e entrou para a história por ter ajudado a dar forma à soul music e, mais tarde ter criado o funk, ao reduzir quase toda a harmonia e melodia das músicas ao mínimo e enfatizar as levadas ritmicas, ou seja, ele também foi fundamental na criação do hip-hop, tanto que ele é dos artistas mais sampleados de todos os tempos o que torna uma coletânea com hits como Get Up (I Feel Like Being A) Sex Machine e I Got You (I Feel Good) fundamental. Entre seus álbuns, esse aqui gravado ainda no começo dos anos 60 é a sua grande obra-prima. A essa altura seus shows já eram lendários e Brown teve a ideia de gravar uma apresentação sua e lançá-la em disco. A gravadora foi contra, e ele acabou custeando a empreitada. O resultado? 66 semanas na parada e um dos melhores discos ao vivo já feitos.
Otis Blue - Otis Redding - 1965 - A soul music sofreu dois grandes baques que alteraram seu curso: as mortes de Sam Cooke em 1964 e Otis Redding três anos depois. Cooke, um dos maiores cantores que já viveu, criou vários standarts da música negra e deu forma ao soul. Otis era um dos grandes nomes do "Southern Soul", mais visceral e rascante que o feito em Detroit, e tido com o sucessor natural de Cooke. Nesse álbum ele gravou três canções de sus mestre e também compôs alguns clássicos. O maior deles foi Respect mais tarde regravada por Aretha Franklin. Redding estava destinado ao megaestrelato quando morreu em um acidente de avião aos 26 anos. Dias antes ele havia gravado sua última canção (Sittin' On) The Dock Of The Bay que o levou postumamente ao primeiro lugar.
I Never Loved a Man the Way I Love You - Aretha Franklin - Aretha é a maior cantora de soul da história e estamos falados. Foi ela quem criou a escola seguida até hoje por milhares de seguidoras, ainda que a maioria confunda sentimento com gritos "viscerais". Após gravar jazz na CBS sem sucesso Franklin foi para a Atlantic e sua sorte mudou. Em 1967 ela lançou seu disco de estreia, o primeiro de uma série de grandes álbuns (o seguinte, "Lady Soul" é tão bom quanto) que ajudou a torná-la uma das mulheres mais influentes de seu tempo. Esse álbum tem Respect, a mesma citada logo ali em cima no texto sobre Otis Redding. Mas com ela a música se transformou, em um grito de liberação para todo mundo que se sentia oprimido. Uma gravação tão importante que está preservada na Biblioteca do Congresso Americano.
Hitsville USA The Motown Singles Collection - A Motown se tornou sinônimo de pop negro sofisticado. A gravadora emplacou tantos hits que eles superam os hits dos Beatles e Elvis Presley somados. Com sede em Detroit o chefão, Berry Gordy, aplicou a ideia de linha de montagem em seus discos, criando departamentos segmanetados para cada uma das etapas de produção de um sucesso. Com tudo isso ajeitado, entravam em cena os cantores. Nomes como The Temptations, Marvin Gaye, The Supremes, Four Tops Smokey Robinson e, já no fim da década o Jackson5. Os álbuns do selo nessa década geralmente eram feitos sem muito cuidado, com uns três ou quatro hits completados por músicas inferiores. Por isso a melhor forma de se conhecer o som da Motown é através dessa caixa com 4 cds lançada em 1993 com todos os hits do selo até 1971.
Stand - Sly and the Family Stone - Sly foi outro grande visionário da música pop. Assim como Jimi Hendrix ele fundiu a música branca com a negra e também tinha uma banda multirracial. Esse é o seu quarto álbum, lançado no mesmo ano de seu grande show em Woodstock. Antes disso ele já tinha conseguido vários hits (sim, é mais um caso de se comprar também uma coletânea) mas foi aqui que a sua ideia de música atingiu seu ápice. Sly sabia dosar pop (Everyday People, que foi cantada no fim da abertura da Copa) com faixas mais experimentais como Don't Call Me Nigger, Whitey. O momento maior fica com I Want To Take You Higher. Na década seguinte sob efeito de cocaína seus discos se tornaram mais soturnos, mas ainda tinham qualidade. Os excessos por fim cobraram seu preço e aos poucos ele foi sumindo. Desde o fim dos anos 70 suas aparições públicas são raras e decepcionantes.
Semana que vem lembraremos de mais cinco álbuns dessa década antes de embarcarmos rumo aos ano 80.
Live at the Apollo 1962 - James Brown - 1963 - James Brown ficou famoso por seus shows viscerais e entrou para a história por ter ajudado a dar forma à soul music e, mais tarde ter criado o funk, ao reduzir quase toda a harmonia e melodia das músicas ao mínimo e enfatizar as levadas ritmicas, ou seja, ele também foi fundamental na criação do hip-hop, tanto que ele é dos artistas mais sampleados de todos os tempos o que torna uma coletânea com hits como Get Up (I Feel Like Being A) Sex Machine e I Got You (I Feel Good) fundamental. Entre seus álbuns, esse aqui gravado ainda no começo dos anos 60 é a sua grande obra-prima. A essa altura seus shows já eram lendários e Brown teve a ideia de gravar uma apresentação sua e lançá-la em disco. A gravadora foi contra, e ele acabou custeando a empreitada. O resultado? 66 semanas na parada e um dos melhores discos ao vivo já feitos.
Otis Blue - Otis Redding - 1965 - A soul music sofreu dois grandes baques que alteraram seu curso: as mortes de Sam Cooke em 1964 e Otis Redding três anos depois. Cooke, um dos maiores cantores que já viveu, criou vários standarts da música negra e deu forma ao soul. Otis era um dos grandes nomes do "Southern Soul", mais visceral e rascante que o feito em Detroit, e tido com o sucessor natural de Cooke. Nesse álbum ele gravou três canções de sus mestre e também compôs alguns clássicos. O maior deles foi Respect mais tarde regravada por Aretha Franklin. Redding estava destinado ao megaestrelato quando morreu em um acidente de avião aos 26 anos. Dias antes ele havia gravado sua última canção (Sittin' On) The Dock Of The Bay que o levou postumamente ao primeiro lugar.
I Never Loved a Man the Way I Love You - Aretha Franklin - Aretha é a maior cantora de soul da história e estamos falados. Foi ela quem criou a escola seguida até hoje por milhares de seguidoras, ainda que a maioria confunda sentimento com gritos "viscerais". Após gravar jazz na CBS sem sucesso Franklin foi para a Atlantic e sua sorte mudou. Em 1967 ela lançou seu disco de estreia, o primeiro de uma série de grandes álbuns (o seguinte, "Lady Soul" é tão bom quanto) que ajudou a torná-la uma das mulheres mais influentes de seu tempo. Esse álbum tem Respect, a mesma citada logo ali em cima no texto sobre Otis Redding. Mas com ela a música se transformou, em um grito de liberação para todo mundo que se sentia oprimido. Uma gravação tão importante que está preservada na Biblioteca do Congresso Americano.
Hitsville USA The Motown Singles Collection - A Motown se tornou sinônimo de pop negro sofisticado. A gravadora emplacou tantos hits que eles superam os hits dos Beatles e Elvis Presley somados. Com sede em Detroit o chefão, Berry Gordy, aplicou a ideia de linha de montagem em seus discos, criando departamentos segmanetados para cada uma das etapas de produção de um sucesso. Com tudo isso ajeitado, entravam em cena os cantores. Nomes como The Temptations, Marvin Gaye, The Supremes, Four Tops Smokey Robinson e, já no fim da década o Jackson5. Os álbuns do selo nessa década geralmente eram feitos sem muito cuidado, com uns três ou quatro hits completados por músicas inferiores. Por isso a melhor forma de se conhecer o som da Motown é através dessa caixa com 4 cds lançada em 1993 com todos os hits do selo até 1971.
Stand - Sly and the Family Stone - Sly foi outro grande visionário da música pop. Assim como Jimi Hendrix ele fundiu a música branca com a negra e também tinha uma banda multirracial. Esse é o seu quarto álbum, lançado no mesmo ano de seu grande show em Woodstock. Antes disso ele já tinha conseguido vários hits (sim, é mais um caso de se comprar também uma coletânea) mas foi aqui que a sua ideia de música atingiu seu ápice. Sly sabia dosar pop (Everyday People, que foi cantada no fim da abertura da Copa) com faixas mais experimentais como Don't Call Me Nigger, Whitey. O momento maior fica com I Want To Take You Higher. Na década seguinte sob efeito de cocaína seus discos se tornaram mais soturnos, mas ainda tinham qualidade. Os excessos por fim cobraram seu preço e aos poucos ele foi sumindo. Desde o fim dos anos 70 suas aparições públicas são raras e decepcionantes.