por Leandro Saueia
A essa altura fica difícil falar alguma coisa nova sobre o show de Paul McCartney. Quase todo fã já sabe praticamente de cor a ordem das músicas e se não sabem, uma simples troca de instrumento ou acorde tocado desleixadamente ao piano antes do início de uma canção já entrega o ouro. Mas mesmo com essa previsibilidade, o show funciona maravilhosamente bem e ali no calor do momento, tudo soa renovado e emocionante.
Também convenhamos que não tem como um show com uma qualidade de repertório desses e executados com maestria, dar errado - nem mesmo o fato de você já saber o que vai acontecer.
Some a isso uma plateia que entra no estádio querendo que aquele seja o show de suas vidas e você tem o clima perfeito para uma noite a ser lembrada.
O show de McCartney tem produção relativamente simples. Dois telões laterais exibem imagens dos músicos enquanto um outro ao fundo do palco mostra vídeos e imagens que comentam as músicas. A banda é a mesma que acompanha o músico há quase 10 anos (mais no caso do tecladista e diretor musical Paul "Wix" Wickens, no posto desde 1989) e está obviamente entrosadíssima executando as canções com fidelidade aos arranjos originais, ainda que se permitindo alguns desvios e improvisos.
O repertório é vasto, mais de 30 canções, com forte ênfase obviamente nos anos 60 e 70 (com várias faixas de "Band on the Run", relançado recentemente, espalhadas pelo concerto) e mais algumas poucas músicas novas, e boas, pontuando o set-list. Entre os destaques rocks mais pesados como Day Tripper, Paperback Writer e Helter Skelter, o pop perfeito de All My Loving, Let 'em In e e obscuridades como a genial e pouco conhecida Nineteen Hundred And Eighty Five e claro, as baladas, da qual ele é grande mestre (My Love e naturalmente Let It Be e Hey Jude).
Os antigos companheiros de banda também são homenageados. Para George Harrison Something e para John Lennon, Here Today além de um medley que junta A Day In The Life com Give Peace A Chance - essa recebida com uma chuva de balões brancos vindos da plateia, que combinaram a ação através de redes sociais.
Como já disse, o show se tem um problema é o da impossibilidade de ter um setlist que agrade em 100% todos os presentes. Afinal estamos falando dos Beatles e cada um tem a sua relação particular e pessoal com as canções da banda. Esse é o caso de se dizer que mesmo se tivesse tocado mais duas horas ele ainda deixaria pérolas de fora.
De resto tudo funciona bem, a plateia, com o perdão do clichê, faz um show a parte, cantando, chorando e entrando em rara comunhão. Não é sempre que você vê um show ao lado de pessoas com 20 anos a mais e a menos que você lado a lado. Isso é a prova definitiva do legado de Sir Paul McCartney, o único artista em atividade que realmente pode dizer que atinge todo e qualquer tipo de público graças unicamente à sua música.
Moral da história: Se em 1990 Macca fez um show marcado pela emoção e em 1993 pelo perfeccionismo, em 2010 o perfeito equilíbrio foi encontrado. A nós só resta torcer que essa não seja realmente a última turnê de Paul. Pela forma demonstrada ontem no Morumbi o artista ainda tem uns bons anos de carreira no estúdio e principalmente nos palcos. Se você vai hoje ao Morumbi para a derradeira apresentação, pode se preparar para dançar, cantar e, muito provavelmente, chorar bastante.
A essa altura fica difícil falar alguma coisa nova sobre o show de Paul McCartney. Quase todo fã já sabe praticamente de cor a ordem das músicas e se não sabem, uma simples troca de instrumento ou acorde tocado desleixadamente ao piano antes do início de uma canção já entrega o ouro. Mas mesmo com essa previsibilidade, o show funciona maravilhosamente bem e ali no calor do momento, tudo soa renovado e emocionante.
Também convenhamos que não tem como um show com uma qualidade de repertório desses e executados com maestria, dar errado - nem mesmo o fato de você já saber o que vai acontecer.
Some a isso uma plateia que entra no estádio querendo que aquele seja o show de suas vidas e você tem o clima perfeito para uma noite a ser lembrada.
O show de McCartney tem produção relativamente simples. Dois telões laterais exibem imagens dos músicos enquanto um outro ao fundo do palco mostra vídeos e imagens que comentam as músicas. A banda é a mesma que acompanha o músico há quase 10 anos (mais no caso do tecladista e diretor musical Paul "Wix" Wickens, no posto desde 1989) e está obviamente entrosadíssima executando as canções com fidelidade aos arranjos originais, ainda que se permitindo alguns desvios e improvisos.
O repertório é vasto, mais de 30 canções, com forte ênfase obviamente nos anos 60 e 70 (com várias faixas de "Band on the Run", relançado recentemente, espalhadas pelo concerto) e mais algumas poucas músicas novas, e boas, pontuando o set-list. Entre os destaques rocks mais pesados como Day Tripper, Paperback Writer e Helter Skelter, o pop perfeito de All My Loving, Let 'em In e e obscuridades como a genial e pouco conhecida Nineteen Hundred And Eighty Five e claro, as baladas, da qual ele é grande mestre (My Love e naturalmente Let It Be e Hey Jude).
Os antigos companheiros de banda também são homenageados. Para George Harrison Something e para John Lennon, Here Today além de um medley que junta A Day In The Life com Give Peace A Chance - essa recebida com uma chuva de balões brancos vindos da plateia, que combinaram a ação através de redes sociais.
Como já disse, o show se tem um problema é o da impossibilidade de ter um setlist que agrade em 100% todos os presentes. Afinal estamos falando dos Beatles e cada um tem a sua relação particular e pessoal com as canções da banda. Esse é o caso de se dizer que mesmo se tivesse tocado mais duas horas ele ainda deixaria pérolas de fora.
De resto tudo funciona bem, a plateia, com o perdão do clichê, faz um show a parte, cantando, chorando e entrando em rara comunhão. Não é sempre que você vê um show ao lado de pessoas com 20 anos a mais e a menos que você lado a lado. Isso é a prova definitiva do legado de Sir Paul McCartney, o único artista em atividade que realmente pode dizer que atinge todo e qualquer tipo de público graças unicamente à sua música.
Moral da história: Se em 1990 Macca fez um show marcado pela emoção e em 1993 pelo perfeccionismo, em 2010 o perfeito equilíbrio foi encontrado. A nós só resta torcer que essa não seja realmente a última turnê de Paul. Pela forma demonstrada ontem no Morumbi o artista ainda tem uns bons anos de carreira no estúdio e principalmente nos palcos. Se você vai hoje ao Morumbi para a derradeira apresentação, pode se preparar para dançar, cantar e, muito provavelmente, chorar bastante.