Inegavelmente o pop internacional é baseado em bandas e artistas solo, mas aquele formato tão popular no Brasil - as duplas, também conquistaram seu espaço. O 5 Discos de hoje presta tributo a algumas delas. Os estilos variam indo do rockabilly ao folk, do tecnopop ao soul, passando pelo rock e pop naturalmente. As relações também são amplas: amigos, ex-amantes, casados, irmãos... e quase todos acabaram brigados ou se separando com direto a algumas reconciliações pelo caminho. Semana que vem tem mais.
Cadence Classics: Their 20 Greatest Hits - The Everly Brothers - Os irmãos Don e Phil Everly trouxeram um novo sabor ao rock dos anos 50. Os dois acrescentarem harmonias vocais e a influência da música country ao cenário da época e foram influência decisiva para, entre muitos outros, os Beatles. Essa compilação foca na primeira fase da dupla e traz canções que fazem parte da história do rock (Bye Bye Love, Wake Up Little Susie, All I Have To do Is Dream...). Na década de 60 os dois assinaram com a Warner e lançaram mais alguns clássicos eternos que devem ser buscados em outra coletânea (Love Hurts, Crying In The Rain, Cathy's Clown...). Como toda dupla que se preze, as brigas eram constantes e eles se separaram em 1973. O reencontro se deu nos anos 80 e os dois ainda se apresentam ao vivo, mesmo com a idade avançada (Phil está com 72 e Don com 74 anos).
Proud Mary: The Best of Ike & Tina Turner - Ike and Tina Turner - Que Ike Turner foi uma das pessoas mais desprezíveis da história da música não se discute - ainda que ele tenha tentado, sem sucesso, se defender dos anos de abuso físico e psicológico que infligiu em sua esposa Tina Turner. Mas, é inegável, que Ike tinha muito talento. Basta lembrar que o primeiro rock'n'roll da história (Rocket 88) foi gravado por ele. Em Tina ele encontrou sua cara metade no amor e trabalho. A união resultou em uma série de compactos fundamentas na história da soul music - que estão resumidos nessa coletânea - e um dos shows mais explosivos de todos os tempos. O casal ficou junto até 1976, quando Tina finalmente escapou de seu algoz. Ela penou, mas conseguiu dar a volta por cima e se tornou uma megaestrela nos anos 80. Ike, morto em 2007, gravou alguns discos e fez turnês, sem jamais conseguir reabilitar sua imagem e nem encontrar alguém como Tina para lhe dar suporte.
Bookends - Simon & Garfunkel 1968 - Paul Simon e Art Garfunkel se conheceram ainda na escola e nutriam uma paixão em comum por rock, r'n'b e as harmonias dos Everly Brothers. Nos anos 60 eles tomaram conta das paradas com suas canções de inflexão folk. Simon compunha o material e fazia a cama para Garfunkel soltar sua voz. A dupla gravou cinco discos e um punhado de canções eternas. Algumas estão nesse álbum um pouco menos conhecido que o trabalho posterior (Bridge Over Troubled Water). Mesmo sendo um trabalho de sonoridade mais simples, ele é tão ambicioso quanto "Bridge" e tem vários sucessos - Mrs. Robinson sendo o maior deles. A dupla se separou em 1970, no auge, e desde então se reúne esporadicamente. Com o fim da dupla, Garfunkel fez cinema e álbuns de sucesso não mais que razoável. Paul Simon, conseguiu se manter em evidência e se tornou um dos músicos mais respeitados do planeta.
Discography: The Complete Singles Collection - Pet Shop Boys - Ao contrário de todos os outros artistas dessa relação, os Pet Shop Boys nunca se separaram ou tiveram brigas públicas. Eles surgiram no meio dos anos 80 quando o formato "duo tecnopop" já estava nas últimas. Sem medo de fazer do pop sua profissão de fé, Neil Tennant e Chris Lowe no princípio foram tratados como mais um desses artistas que estouram com uma canção e somem - no caso deles "West End Girls", que se tornou um hit global em 1985/1986. Ano a no, eles foram acumulando álbuns sólidos e uma série de hits, e também demonstrando tanto bom gosto e inteligência na criação não só de suas músicas, mas também vídeos, capas de discos e shows que à imprensa só restou se render ao talento dos dois. Essa compilação tem It's A Sin, Suburbia, Being Boring e outras que estão guardadas na cabeça de quem ouviu rádio nos anos 80 e é a opção para quem só quer um disco deles na coleção. Mas vale a pena conhecer álbuns como Actually e Very.
Elephant - The White Stripes - 2003 - Quem imaginaria que um dos primeiros grandes nomes do rock do século 21 ia ser uma dupla formada por ex-casal (ou seriam irmãos?) que só se vestia de vermelho e branco e fazia som calcado no blues, rock de raiz e no hard rock do Led Zeppelin? Mais surpreendente ainda é lembrar que uma das partes envolvidas mal sabia tocar bateria e a outra curtia usar instrumentos de qualidade pra lá de duvidosa incluindo uma guitarra feita de plástico. O lance é que por baixo de toda essa pose e estratégias de autopromoção, os White Stripes sabiam extrair o melhor do que tinham a disposição. Prova do grande talento de Jack e do carisma de Meg White. A dupla separou-se no fim do ano passado, provavelmente após terem notado que não teriam mais como evoluir dentro do formato limitado que impuseram para a sua carreira.
"Elephant", de 2003, foi o quarto, de seis, álbuns lançados pelos americanos e contém "Seven Nation Army", forte candidata ao posto de "último grande hino do rock", mas ele tem outras pérolas escondidas em seus sulcos - sim, porque não existe melhor jeito de se saborear as canções deles do que no vinil.
Cadence Classics: Their 20 Greatest Hits - The Everly Brothers - Os irmãos Don e Phil Everly trouxeram um novo sabor ao rock dos anos 50. Os dois acrescentarem harmonias vocais e a influência da música country ao cenário da época e foram influência decisiva para, entre muitos outros, os Beatles. Essa compilação foca na primeira fase da dupla e traz canções que fazem parte da história do rock (Bye Bye Love, Wake Up Little Susie, All I Have To do Is Dream...). Na década de 60 os dois assinaram com a Warner e lançaram mais alguns clássicos eternos que devem ser buscados em outra coletânea (Love Hurts, Crying In The Rain, Cathy's Clown...). Como toda dupla que se preze, as brigas eram constantes e eles se separaram em 1973. O reencontro se deu nos anos 80 e os dois ainda se apresentam ao vivo, mesmo com a idade avançada (Phil está com 72 e Don com 74 anos).
Proud Mary: The Best of Ike & Tina Turner - Ike and Tina Turner - Que Ike Turner foi uma das pessoas mais desprezíveis da história da música não se discute - ainda que ele tenha tentado, sem sucesso, se defender dos anos de abuso físico e psicológico que infligiu em sua esposa Tina Turner. Mas, é inegável, que Ike tinha muito talento. Basta lembrar que o primeiro rock'n'roll da história (Rocket 88) foi gravado por ele. Em Tina ele encontrou sua cara metade no amor e trabalho. A união resultou em uma série de compactos fundamentas na história da soul music - que estão resumidos nessa coletânea - e um dos shows mais explosivos de todos os tempos. O casal ficou junto até 1976, quando Tina finalmente escapou de seu algoz. Ela penou, mas conseguiu dar a volta por cima e se tornou uma megaestrela nos anos 80. Ike, morto em 2007, gravou alguns discos e fez turnês, sem jamais conseguir reabilitar sua imagem e nem encontrar alguém como Tina para lhe dar suporte.
Bookends - Simon & Garfunkel 1968 - Paul Simon e Art Garfunkel se conheceram ainda na escola e nutriam uma paixão em comum por rock, r'n'b e as harmonias dos Everly Brothers. Nos anos 60 eles tomaram conta das paradas com suas canções de inflexão folk. Simon compunha o material e fazia a cama para Garfunkel soltar sua voz. A dupla gravou cinco discos e um punhado de canções eternas. Algumas estão nesse álbum um pouco menos conhecido que o trabalho posterior (Bridge Over Troubled Water). Mesmo sendo um trabalho de sonoridade mais simples, ele é tão ambicioso quanto "Bridge" e tem vários sucessos - Mrs. Robinson sendo o maior deles. A dupla se separou em 1970, no auge, e desde então se reúne esporadicamente. Com o fim da dupla, Garfunkel fez cinema e álbuns de sucesso não mais que razoável. Paul Simon, conseguiu se manter em evidência e se tornou um dos músicos mais respeitados do planeta.
Discography: The Complete Singles Collection - Pet Shop Boys - Ao contrário de todos os outros artistas dessa relação, os Pet Shop Boys nunca se separaram ou tiveram brigas públicas. Eles surgiram no meio dos anos 80 quando o formato "duo tecnopop" já estava nas últimas. Sem medo de fazer do pop sua profissão de fé, Neil Tennant e Chris Lowe no princípio foram tratados como mais um desses artistas que estouram com uma canção e somem - no caso deles "West End Girls", que se tornou um hit global em 1985/1986. Ano a no, eles foram acumulando álbuns sólidos e uma série de hits, e também demonstrando tanto bom gosto e inteligência na criação não só de suas músicas, mas também vídeos, capas de discos e shows que à imprensa só restou se render ao talento dos dois. Essa compilação tem It's A Sin, Suburbia, Being Boring e outras que estão guardadas na cabeça de quem ouviu rádio nos anos 80 e é a opção para quem só quer um disco deles na coleção. Mas vale a pena conhecer álbuns como Actually e Very.
Elephant - The White Stripes - 2003 - Quem imaginaria que um dos primeiros grandes nomes do rock do século 21 ia ser uma dupla formada por ex-casal (ou seriam irmãos?) que só se vestia de vermelho e branco e fazia som calcado no blues, rock de raiz e no hard rock do Led Zeppelin? Mais surpreendente ainda é lembrar que uma das partes envolvidas mal sabia tocar bateria e a outra curtia usar instrumentos de qualidade pra lá de duvidosa incluindo uma guitarra feita de plástico. O lance é que por baixo de toda essa pose e estratégias de autopromoção, os White Stripes sabiam extrair o melhor do que tinham a disposição. Prova do grande talento de Jack e do carisma de Meg White. A dupla separou-se no fim do ano passado, provavelmente após terem notado que não teriam mais como evoluir dentro do formato limitado que impuseram para a sua carreira.
"Elephant", de 2003, foi o quarto, de seis, álbuns lançados pelos americanos e contém "Seven Nation Army", forte candidata ao posto de "último grande hino do rock", mas ele tem outras pérolas escondidas em seus sulcos - sim, porque não existe melhor jeito de se saborear as canções deles do que no vinil.