Ariana Grande - Dangerous Woman
Ariana Grande
Ariana Grande Dangerous Woman
O terceiro trabalho de estúdio de Ariana Grande chega ao mercado um pouco menos de dois anos depois de "My Everything" com a missão de mostra que a cantora agora atingiu a maturidade.

Não que este seja um trabalho "adulto", longe disso, mas ele definitivamente deixa claro que a Ariana que despontou na série "Victorious" ficou de vez no passado.

Isso já fica bem claro nas duas faixas que abrem o álbum.

"Moonlight" é uma balada cativante e nostálgica fortemente inspirada na soul music e na música dos girl groups dos anos 60 onde ela mostra que está cantando muito bem e com cada vez mais personalidade.

Ariana Grande
A faixa-título, que vem na sequência, surpreende ainda mais. Uma faixa climática, com um refrão poderoso, interpretação forte e o tradicional toque de Midas do produtor Max Martin (que aparece em outras faixas do trabalho).

O álbum ainda tem canções com m influência da música jamaicana, momentos que soam inspirados pela música negra dos anos 80 e 90 e as participações especiais de "Lil Wayne, Nicki Minaj e Macy Gray que quase rouba a festa em "Leave Me Lonely (Feat. Macy Gray)"

"Dangerous Woman" pode não ser um disco perfeito, ele ainda tem algumas faixas mais genéricas, e poderia ser um pouco mais curto.

Ainda assim, de forma geral, ele mostra que a cantora está evoluindo e que, a seguir nesse passo, poderá se tornar uma estrela ainda maior nos anos futuros.

Ouça "Dangerous Woman" com Ariana Grande presente no álbum de mesmo nome





Bob Dylan - Fallen Angels
Bob Dylan
Bob Dylan Fallen Angels
Os últimos dias foram de festejos para o lendário cantor e compositor, que comemorou o aniversário de 50 anos de um de seus álbuns mais icônicos ("Blonde On Blonde" no dia 16), seus 75 anos (na terça passada) e o lançamento deste que é o seu 37° trabalho de estúdio.

"Fallen Angels" é a sequência de "Shadows In The Night" do ano passado. Ou seja, temos aqui mais uma leva de standards , em sua maioria gravados em algum momento por Frank Sinatra na voz do velho bardo.

Se da primeira vez, a ideia de um álbum de Dylan - cuja voz costuma ser vista como um "gosto adquirido" - interpretando canções que passaram pelo gogó do maior cantor da história soava um tanto estranha, o trabalho de 2015 dissipou todas as dúvidas.

Bob Dylan
Sim, o canto nunca foi o seu forte, mas era difícil não se emocionar com o disco, especialmente pela carga emocional dada às interpretações.

A opção por gravar o material de forma simples usando um grupo enxuto de músicos - ou seja, nada de orquestrações e grandes arranjos que tendem a acompanhar esse tipo de projeto - também se mostrou acertada.

Esse álbum pode então soar como "mais do mesmo", mas ele tem uma diferença fundamental: o clima aqui é um pouco mais "pra cima" (as aspas são necessárias) com canções mais amenas e, por que não?, divertidas.

Novamente, Dylan optou por músicas não tão populares, ainda que tenhamos coisas mais conhecidas como "", "" ou "" no pacote.

"Fallen Angels" assim é recomendado para os fãs do cantor, quem curtiu o trabalho anterior e ouvintes que gostem do tradicional cancioneiro americano. Para o admirador casual, ou aqueles que ainda não tomaram contato com o fascinante mundo do cantor, talvez seja melhor celebrar o aniversário do artista ouvindo alguns de seus, muitos, trabalhos clássicos.

Ouça "All The Way" com Bob Dylan presente no álbum Fallen Angels





Eric Clapton - I Still Do
Eric Clapton
Eric Clapton I Still Do
Mais um veterano lançando um novo disco, esse também é um disco que pode dar uma falsa impressão de previsibilidade. Afinal, há décadas que Eric Clapton lança álbuns em que mistura versões para clássicos do blues, algumas poucas canções próprias, algum material mais "adulto" e uma eventual cover para uma canção de JJ Cale.

"I Still Do" de fato tem isso tudo, mas ela traz o guitarrista em momento de grande inspiração. O material escolhido é excelente e destacar a precisão técnica e emoção que ele consegue colocar em cada nota tocada é desnecessário.

Assim, é difícil não colocar ao menos uma parcela do sucesso do álbum à presença de Glyn Johns. O grande produtor voltou a trabalhar com o guitarrista depois de um intervalo de quase 40 anos o disco mostra que a química entre os dois foi mantida.

Eric Clapton letras
"I Still Do" também chega com um pequeno mistério a ser desvendado: a faixa "I Will Be There (Feat. Angelo Mysterioso)" e seu estranho convidado especial. Nos final dos anos 60, George Harrison costumava ser creditado como "L'Angelo Mysterioso" quando fazia participações em discos de outras pessoas - inclusive quando tocou em "Badge" do Cream, a banda que fez de Clapton uma superestrela.

Quando a relação de faixas saiu, a imprensa logo supôs que o ex-Beatle morto em 2001 estaria presente de alguma forma no disco. Clapton rapidamente negou o fato.

Na verdade é só escutar a música para destacar tal hipótese. Afinal convidado canta na faixa e ele definitivamente não tem a voz de Harrison. As suspeitas então recaíram sobre Dahni Harrison, o filho de George.

Seja ele ou não será difícil saber, já que Clapton disse que nem ele, e nem ninguém próximo a ele, irá revelar a verdadeira identidade de seu parceiro.

Ouça "Spiral" com Eric Clapton presente no álbum "I Still Do"