Como já é costume, estamos na época em que as listas de melhores discos do ano começam a ser publicadas. Como sempre, o Vagalume volta a fazer uma compilação dos álbuns mais citados para chegarmos próximos a um "consenso da crítica especializada".
É claro que não dá para ser exatamente objetivo no assunto, até porque pode-se chegar a um resultado a partir de várias metodologias. No nosso caso pegamos os rankings feitos por 13 publicações de prestígio, entre veículos dos EUA (Rolling Stone, Billboard, Spin, Paste, Allmusic, Consequence of Sound, Stereogum e NPR) e Reino Unido (as revistas Mojo, Q e Uncut, o diário The Guardian e o semanário NME). Cada uma escolheu geralmente 50 discos (algumas mais, outras menos) que, com exceção do Allmusic, foram ranqueados.
Para aparecer na galeria abaixo o álbum precisa ter sido lembrado em pelo menos 10 dessas listas ou ficado em primeiro lugar em alguma delas. Ao final deu para se traçar um panorama do ano e tirarmos algumas conclusões.
A maior delas é a de que, ao menos para a imprensa, 2016 pertenceu a Beyoncé (acima), sua irmã Solange e David Bowie. Praticamente todas as publicações elegeram os mais recentes trabalhos deles como os melhores do ano (a exceção foi o NME que preferiu o álbum do The 1975).
O experimentalismo também foi muito apreciado, especialmente se ele veio acompanhado de boas vendas - pelo menos dez dos quinze presentes na galeria apareceram com destaque nas paradas dos EUA e/ou Grã Bretanha.
O ano foi excelente para a música negra (rap e R&B moderno em particular) e para os mais veteranos. Artistas que se arriscaram,e fizeram trabalhos em que deixaram sua área de conforto tiveram seus esforços reconhecidos, vide os já citados Beyoncé, David Bowie (ao lado) e Solange e The 1975, mas também Bon Iver, ANOHNI e mesmo Nick Cave.
Os artistas solo, ou projetos colaborativos com uma figura dominante, também estão em número muito maior do que as bandas de formato mais democrático.
Os últimos 12 meses provavelmente foram os melhores dessa década até agora musicalmente falando. Prova disso é a enorme quantidade (e variedade) de discos que aparecem nas listas (esse fórum traz dezenas delas para quem quiser ir mais a fundo).
Também não se pode negar o fato de que muitos desses discos lidam com temas difíceis como a morte iminente (caso de David Bowie e Leonard Cohen), o luto (Nick Cave, A Tribe Called Quest) ou as questões raciais (os álbuns de rap e R&B).
Dito isso aqui estão os álbuns que os críticos consideraram os melhores de 2016. veja e não deixe de escutar as estações dedicadas a gêneros como R&B, rap e indie do Vagalume.FM para escutar músicas desses discos
"Lemonade" de Beyoncé é uma das unanimidades do ano. O álbum está presente em todas as listas, e em primeiro em cinco delas - incluindo a da Rolling Stone americana e Billboard.
"Blackstar", a despedida de David Bowie também está presente em todos os rankings, e foi o álbum do ano para as britânicas Mojo, Q e Uncut e para a americana Paste.
A irmã caçula de Beyoncé também surpreendeu com "A Seat At The Table". O álbum de Solange também apareceu nas 14 listas e foi o melhor do ano para Pitchfork, NPR e COS.
Velhos favoritos dos críticos, o Radiohead agradou bastante com "A Moon Shaped Pool". Mais uma unanimidade presente em todas as listas e quase sempre no top 10
Pouco conhecida, a americana Angel Olsen, que se equilibra entre o indie de pegada pop roqueira e o mais climático, também teve o prazer de ver "My Woman", seu mais recente álbum, em todas as listas.
"Blonde", o aguardadíssimo novo trabalho de Frank Ocean, além de ter chegado ao topo das paradas americanas e britânicas, marcou presença em 13 das 14 listas.
Em seu primeiro trabalho usando seu novo nome, o transgênero ANOHNI (que era conhecido como o líder do Antony and the Johnsons), adicionou doses de música eletrônica e experimental ao seu som sempre instigante. "Hopelessness" está em 13 listas.
Difícil de se ouvir, o doído e sombrio "Skeleton Tree" foi o primeiro disco gravado por Nick Cave e seus Bad Seeds depois da trágica morte de um de seus filhos. O álbum está em 12 listas.
Mantendo o clima sombrio, Leonard Cohen também gravou um disco antes de sair de cena aos 82 anos. "You Want It Darker" chegou às lojas apenas 17 dias antes da morte do cantor e foi destaque em 12 listas.
Justin Vernon, o líder do Bon Iver, deixou de lado o indie folk que fez dele um astro da cena alternativa, para experimentar com o pro tools e a eletrônica. "22, A Million" está em 12 rankings.
2016 foi um excelente ano para o rap e o hip hop. Dentre vários álbuns muito elogiados, "Colouring Book" de Chance The Rapper está entre os destaques. A mixtape do artista de 23 anos está presente em 12 das 14 listas.
"We Got It From Here...", o disco de despedida do A Tribe Called Quest foi lembrado em 11 listas e provavelmente estaria nas outras três se tivesse sido lançado antes de novembro.
Ao menos na visão dos críticos, 2016 não foi um bom ano para o indie rock tradicional. A exceção à regra foi "Teens Of Denial" do Car Seat Headrest, que surgiu em 11 listas.
Danny Brown se firmou como nome a se prestar atenção dentro do hip hop alternativo graças ao claustrofóbico "Atrocity Exhibition", lembrado em 10 listas.
O som indie feito pela jovem nipo-americana Mitski fez sucesso especialmente com os críticos dos EUA. Das 10 menções feitas a "Puberty 2", nove foram de veículos americanos.
Presente em menos listas, em oito mais especificamente, o bom "I Like It When You Sleep...", do The 1975 aparece aqui por ter encabeçado a lista do semanário britânico NME.
É claro que não dá para ser exatamente objetivo no assunto, até porque pode-se chegar a um resultado a partir de várias metodologias. No nosso caso pegamos os rankings feitos por 13 publicações de prestígio, entre veículos dos EUA (Rolling Stone, Billboard, Spin, Paste, Allmusic, Consequence of Sound, Stereogum e NPR) e Reino Unido (as revistas Mojo, Q e Uncut, o diário The Guardian e o semanário NME). Cada uma escolheu geralmente 50 discos (algumas mais, outras menos) que, com exceção do Allmusic, foram ranqueados.
Para aparecer na galeria abaixo o álbum precisa ter sido lembrado em pelo menos 10 dessas listas ou ficado em primeiro lugar em alguma delas. Ao final deu para se traçar um panorama do ano e tirarmos algumas conclusões.
A maior delas é a de que, ao menos para a imprensa, 2016 pertenceu a Beyoncé (acima), sua irmã Solange e David Bowie. Praticamente todas as publicações elegeram os mais recentes trabalhos deles como os melhores do ano (a exceção foi o NME que preferiu o álbum do The 1975).
O experimentalismo também foi muito apreciado, especialmente se ele veio acompanhado de boas vendas - pelo menos dez dos quinze presentes na galeria apareceram com destaque nas paradas dos EUA e/ou Grã Bretanha.
O ano foi excelente para a música negra (rap e R&B moderno em particular) e para os mais veteranos. Artistas que se arriscaram,e fizeram trabalhos em que deixaram sua área de conforto tiveram seus esforços reconhecidos, vide os já citados Beyoncé, David Bowie (ao lado) e Solange e The 1975, mas também Bon Iver, ANOHNI e mesmo Nick Cave.
Os artistas solo, ou projetos colaborativos com uma figura dominante, também estão em número muito maior do que as bandas de formato mais democrático.
Os últimos 12 meses provavelmente foram os melhores dessa década até agora musicalmente falando. Prova disso é a enorme quantidade (e variedade) de discos que aparecem nas listas (esse fórum traz dezenas delas para quem quiser ir mais a fundo).
Também não se pode negar o fato de que muitos desses discos lidam com temas difíceis como a morte iminente (caso de David Bowie e Leonard Cohen), o luto (Nick Cave, A Tribe Called Quest) ou as questões raciais (os álbuns de rap e R&B).
Dito isso aqui estão os álbuns que os críticos consideraram os melhores de 2016. veja e não deixe de escutar as estações dedicadas a gêneros como R&B, rap e indie do Vagalume.FM para escutar músicas desses discos
"Lemonade" de Beyoncé é uma das unanimidades do ano. O álbum está presente em todas as listas, e em primeiro em cinco delas - incluindo a da Rolling Stone americana e Billboard.
"Blackstar", a despedida de David Bowie também está presente em todos os rankings, e foi o álbum do ano para as britânicas Mojo, Q e Uncut e para a americana Paste.
A irmã caçula de Beyoncé também surpreendeu com "A Seat At The Table". O álbum de Solange também apareceu nas 14 listas e foi o melhor do ano para Pitchfork, NPR e COS.
Velhos favoritos dos críticos, o Radiohead agradou bastante com "A Moon Shaped Pool". Mais uma unanimidade presente em todas as listas e quase sempre no top 10
Pouco conhecida, a americana Angel Olsen, que se equilibra entre o indie de pegada pop roqueira e o mais climático, também teve o prazer de ver "My Woman", seu mais recente álbum, em todas as listas.
"Blonde", o aguardadíssimo novo trabalho de Frank Ocean, além de ter chegado ao topo das paradas americanas e britânicas, marcou presença em 13 das 14 listas.
Em seu primeiro trabalho usando seu novo nome, o transgênero ANOHNI (que era conhecido como o líder do Antony and the Johnsons), adicionou doses de música eletrônica e experimental ao seu som sempre instigante. "Hopelessness" está em 13 listas.
Difícil de se ouvir, o doído e sombrio "Skeleton Tree" foi o primeiro disco gravado por Nick Cave e seus Bad Seeds depois da trágica morte de um de seus filhos. O álbum está em 12 listas.
Mantendo o clima sombrio, Leonard Cohen também gravou um disco antes de sair de cena aos 82 anos. "You Want It Darker" chegou às lojas apenas 17 dias antes da morte do cantor e foi destaque em 12 listas.
Justin Vernon, o líder do Bon Iver, deixou de lado o indie folk que fez dele um astro da cena alternativa, para experimentar com o pro tools e a eletrônica. "22, A Million" está em 12 rankings.
2016 foi um excelente ano para o rap e o hip hop. Dentre vários álbuns muito elogiados, "Colouring Book" de Chance The Rapper está entre os destaques. A mixtape do artista de 23 anos está presente em 12 das 14 listas.
"We Got It From Here...", o disco de despedida do A Tribe Called Quest foi lembrado em 11 listas e provavelmente estaria nas outras três se tivesse sido lançado antes de novembro.
Ao menos na visão dos críticos, 2016 não foi um bom ano para o indie rock tradicional. A exceção à regra foi "Teens Of Denial" do Car Seat Headrest, que surgiu em 11 listas.
Danny Brown se firmou como nome a se prestar atenção dentro do hip hop alternativo graças ao claustrofóbico "Atrocity Exhibition", lembrado em 10 listas.
O som indie feito pela jovem nipo-americana Mitski fez sucesso especialmente com os críticos dos EUA. Das 10 menções feitas a "Puberty 2", nove foram de veículos americanos.
Presente em menos listas, em oito mais especificamente, o bom "I Like It When You Sleep...", do The 1975 aparece aqui por ter encabeçado a lista do semanário britânico NME.