Uma das bandas mais importantes da história do rock pesado, o Deep Purple em breve estará novamente no Brasil, encabeçando o Solid Rock Festival, que terá ainda o Lynyrd Skynyrd e o Tesla em todas as suas datas.
O Solid Rock acontecerá em Curitiba (dia 12 na Pedreira Paulo Leminski, com as entradas inteiras custando R$ 290, R$ 580 e R$ 660), São Paulo (Allianz Parque dia 13, inteiras entre R$ 260 e R$ 580) e Rio de Janeiro (Jeunesse Arena dia 15, inteiras entre R$ 250 e R$ 650), com meia entrada disponível nos casos previstos em lei. As vendas estão sendo feitas pelo site da Tickets For Fun e bilheterias autorizadas.
Nesse especial nós contamos um pouco da história do Purple através de discos e músicas que estão entre as mais marcantes da banda. Preferimos destacar apenas material que eles ainda tocam ao vivo, ou seja aqueles gravados pela segunda, e mais bem sucedida formação (1970-1973), e a atual que conta com o baterista Ian Paice (o único que nunca deixou o grupo que já tem mais de 50 anos), o vocalista Ian Gillan e o baixista Roger Glover (que entraram em 1970) e os "novatos" Steve Morse (guitarrista desde 1994) e o tecladista Don Airey (com eles desde 2002).
Black Night - single lançado junto com o álbum "In Rock" (1970)
Quando lançou "In Rock", em 1970, o Purple já tinha uma história e certo sucesso. Mas foi o quarto álbum de estúdio, o primeiro da "Mark 2" com Ian Gillan nos vocais e Roger Glover no baixo que os colocou na linha de frente do rock pesado ao lado de Led Zeppelin e Black Sabbath.
Mas essa não foi a estreia em disco do line-up. Cerca de seis meses antes a banda lançou o ao vivo "Concerto For Group and Orchestra", onde a banda, sob o comando do tecladista Jon Lord, experimentou fundir o rock com a música clássica.
"In Rock" já era algo bem diferente, um disco pesado, forte e fundamental para se entender o hard rock. Dali saíram dois clássicos do rock setentista: "Speed King" e a épica "Child In Time", verdadeiro tour de force de Gillan.
Junto com o disco foi também lançado o single "Black Night" como forma de divulgá-lo, ainda que a faixa não estivesse presente no álbum (só foi entrar nas edições posteriores em CD).
A estratégia deu certo. O compacto ficou no segundo lugar no Reino Unido (a primeira aparição deles no ranking) e o álbum em quarto. O Purple também começou a ser notado no resto da Europa e Austrália, mas nos Estados Unidos eles ainda teriam que esperar mais um pouco pelo sucesso.
"Strange Kind Of Woman" presente nas edições americana e brasileira de "Fireball" de 1971
Um pouco menos celebrado que o disco anterior, e principalmente o posterior, "Fireball" ainda assim faz parte de uma espécie de "trilogia básica" do Purple ("tetralogia" se somarmos o ao vivo "Made In Japan").
O quinto álbum de estúdio é um pouco mais suingado que o anterior e tem clássicos da banda como a faixa título, "The Mule" e "Anyone's Daughter".
Além de ter encabeçado a parada britânica, o trabalho também chegou no 32° posto nos EUA.
Mais uma vez, o quinteto lançou um single que ficou de fora do álbum e novamente eles se deram bem. "Strange Kind of Woman" entrou no top 10 britânico e se tornou uma das faixas mais queridas pelos fãs do grupo. Nos EUA ela entrou no LP no lugar de "Demon's Eye", assim como no Brasil (ainda que por aqui bizarramente, o selo do vinil original tenha "Demon's Eye" impresso nele).
"Smoke On The Water" de "Machine Head" (1972)
O Purple atingiu seu ápice artístico e comercial com "Machine Head" seu álbum mais coeso e icônico.
O álbum segue formando a base dos shows e não sem motivo, afinal ele tem "Highway Star", "Space Truckin'", "Lazy" e, claro, a música que não só simboliza a banda, como uma das mais reconhecíveis de toda história do rock.
"Smoke On The Water" tem um dos riffs mais simples e eficientes já compostos, o que faz dele um dos primeiros que muitos guitarristas iniciantes conseguem tocar.
A letra, que conta de forma bem humorada uma história verídica presenciada pela banda, também é das mais interessantes. O quinteto estava em Montreux para gravar o disco usando o estúdio móvel dos Rolling Stones. Na véspera da sessão de gravação, Frank Zappa se apresentava no mesmo complexo onde o disco seria feito e teve seu show interrompido depois que um incêndio se iniciou. Tudo porque um fã disparou um sinalizador dentro do cassino onde o show acontecia.
"Machine Head" encabeçou a parada britânica, chegou no top 10 dos EUA e, ainda hoje, é o disco mais vendido da história da banda.
"Perfect Strangers" do álbum homônimo de 1984
A segunda formação da banda se dissolveu em 1973, com Gillan e Glover partindo pouco depois do lançamento do irregular "Who Do We Think We Are". Os dois foram substituídos por David Coverdale e Glenn Hughes. Esse line up lançaria os bons "Burn" e "Stormbringer" em 1974.
Logo depois foi a vez do guitarrista Richie Blackmore, visto como o líder, abandonar o barco. Parecia ser o fim, mas os remanescentes chamaram Tommy Bollin, e gravaram "Come Taste The Band" (1975), no que parecia ser um novo começo para o quinteto.
Infelizmente, o músico morreria no ano seguinte vítima de uma overdose e o Purple encerrou de vez suas atividades. Nos nove anos seguintes todos se dedicaram a novas bandas (Gillan, de Ian Gillan, o Rainbow de Blackmore e o Whitesnake de Coverdale mais notadamente) até que em 1984 a "Mark 2" voltou a se reunir.
"Perfect Strangers" foi o álbum resultante desse reencontro, um disco marcado pelo clima setentista, mas também pelo som hard radiofônico dos anos 80. O álbum como um todo pode não ser dos mais coesos, mas a faixa título é indiscutivelmente uma das melhores feitas pelo grupo e segue até hoje como um grande momento de seus shows.
"The Surprising" de "Infinite" lançado em 2017
Como talvez já fosse esperado, Gillan e Blackmore continuaram a se estranhar. O vocalista saiu em 1989 e retornou em 1992. Já o guitarrista deixou a banda de vez em 1993, sendo substituído em caráter definitivo por Steve Morse. O tecladista Jon Lord partiu em 2002 e foi substituído por Don Airey. Lord morreu em 2012
O Purple se torna de vez uma banda que ganha a vida fazendo turnês, ainda que siga gravando álbuns com certa regularidade (no século 21 já foram quatro discos).
Os últimos anos têm sido bons para o Purple. Em 2016 eles finalmente foram convidados para fazer parte do Rock and Roll Hall Of Fame e o recente "Infinite" foi bem recebido por público e crítica. A lenta "The Surprising" é um bom exemplo de como eles soam atualmente.
O Solid Rock acontecerá em Curitiba (dia 12 na Pedreira Paulo Leminski, com as entradas inteiras custando R$ 290, R$ 580 e R$ 660), São Paulo (Allianz Parque dia 13, inteiras entre R$ 260 e R$ 580) e Rio de Janeiro (Jeunesse Arena dia 15, inteiras entre R$ 250 e R$ 650), com meia entrada disponível nos casos previstos em lei. As vendas estão sendo feitas pelo site da Tickets For Fun e bilheterias autorizadas.
Nesse especial nós contamos um pouco da história do Purple através de discos e músicas que estão entre as mais marcantes da banda. Preferimos destacar apenas material que eles ainda tocam ao vivo, ou seja aqueles gravados pela segunda, e mais bem sucedida formação (1970-1973), e a atual que conta com o baterista Ian Paice (o único que nunca deixou o grupo que já tem mais de 50 anos), o vocalista Ian Gillan e o baixista Roger Glover (que entraram em 1970) e os "novatos" Steve Morse (guitarrista desde 1994) e o tecladista Don Airey (com eles desde 2002).
Black Night - single lançado junto com o álbum "In Rock" (1970)
Quando lançou "In Rock", em 1970, o Purple já tinha uma história e certo sucesso. Mas foi o quarto álbum de estúdio, o primeiro da "Mark 2" com Ian Gillan nos vocais e Roger Glover no baixo que os colocou na linha de frente do rock pesado ao lado de Led Zeppelin e Black Sabbath.
Mas essa não foi a estreia em disco do line-up. Cerca de seis meses antes a banda lançou o ao vivo "Concerto For Group and Orchestra", onde a banda, sob o comando do tecladista Jon Lord, experimentou fundir o rock com a música clássica.
"In Rock" já era algo bem diferente, um disco pesado, forte e fundamental para se entender o hard rock. Dali saíram dois clássicos do rock setentista: "Speed King" e a épica "Child In Time", verdadeiro tour de force de Gillan.
Junto com o disco foi também lançado o single "Black Night" como forma de divulgá-lo, ainda que a faixa não estivesse presente no álbum (só foi entrar nas edições posteriores em CD).
A estratégia deu certo. O compacto ficou no segundo lugar no Reino Unido (a primeira aparição deles no ranking) e o álbum em quarto. O Purple também começou a ser notado no resto da Europa e Austrália, mas nos Estados Unidos eles ainda teriam que esperar mais um pouco pelo sucesso.
"Strange Kind Of Woman" presente nas edições americana e brasileira de "Fireball" de 1971
Um pouco menos celebrado que o disco anterior, e principalmente o posterior, "Fireball" ainda assim faz parte de uma espécie de "trilogia básica" do Purple ("tetralogia" se somarmos o ao vivo "Made In Japan").
O quinto álbum de estúdio é um pouco mais suingado que o anterior e tem clássicos da banda como a faixa título, "The Mule" e "Anyone's Daughter".
Além de ter encabeçado a parada britânica, o trabalho também chegou no 32° posto nos EUA.
Mais uma vez, o quinteto lançou um single que ficou de fora do álbum e novamente eles se deram bem. "Strange Kind of Woman" entrou no top 10 britânico e se tornou uma das faixas mais queridas pelos fãs do grupo. Nos EUA ela entrou no LP no lugar de "Demon's Eye", assim como no Brasil (ainda que por aqui bizarramente, o selo do vinil original tenha "Demon's Eye" impresso nele).
"Smoke On The Water" de "Machine Head" (1972)
O Purple atingiu seu ápice artístico e comercial com "Machine Head" seu álbum mais coeso e icônico.
O álbum segue formando a base dos shows e não sem motivo, afinal ele tem "Highway Star", "Space Truckin'", "Lazy" e, claro, a música que não só simboliza a banda, como uma das mais reconhecíveis de toda história do rock.
"Smoke On The Water" tem um dos riffs mais simples e eficientes já compostos, o que faz dele um dos primeiros que muitos guitarristas iniciantes conseguem tocar.
A letra, que conta de forma bem humorada uma história verídica presenciada pela banda, também é das mais interessantes. O quinteto estava em Montreux para gravar o disco usando o estúdio móvel dos Rolling Stones. Na véspera da sessão de gravação, Frank Zappa se apresentava no mesmo complexo onde o disco seria feito e teve seu show interrompido depois que um incêndio se iniciou. Tudo porque um fã disparou um sinalizador dentro do cassino onde o show acontecia.
"Machine Head" encabeçou a parada britânica, chegou no top 10 dos EUA e, ainda hoje, é o disco mais vendido da história da banda.
"Perfect Strangers" do álbum homônimo de 1984
A segunda formação da banda se dissolveu em 1973, com Gillan e Glover partindo pouco depois do lançamento do irregular "Who Do We Think We Are". Os dois foram substituídos por David Coverdale e Glenn Hughes. Esse line up lançaria os bons "Burn" e "Stormbringer" em 1974.
Logo depois foi a vez do guitarrista Richie Blackmore, visto como o líder, abandonar o barco. Parecia ser o fim, mas os remanescentes chamaram Tommy Bollin, e gravaram "Come Taste The Band" (1975), no que parecia ser um novo começo para o quinteto.
Infelizmente, o músico morreria no ano seguinte vítima de uma overdose e o Purple encerrou de vez suas atividades. Nos nove anos seguintes todos se dedicaram a novas bandas (Gillan, de Ian Gillan, o Rainbow de Blackmore e o Whitesnake de Coverdale mais notadamente) até que em 1984 a "Mark 2" voltou a se reunir.
"Perfect Strangers" foi o álbum resultante desse reencontro, um disco marcado pelo clima setentista, mas também pelo som hard radiofônico dos anos 80. O álbum como um todo pode não ser dos mais coesos, mas a faixa título é indiscutivelmente uma das melhores feitas pelo grupo e segue até hoje como um grande momento de seus shows.
"The Surprising" de "Infinite" lançado em 2017
Como talvez já fosse esperado, Gillan e Blackmore continuaram a se estranhar. O vocalista saiu em 1989 e retornou em 1992. Já o guitarrista deixou a banda de vez em 1993, sendo substituído em caráter definitivo por Steve Morse. O tecladista Jon Lord partiu em 2002 e foi substituído por Don Airey. Lord morreu em 2012
O Purple se torna de vez uma banda que ganha a vida fazendo turnês, ainda que siga gravando álbuns com certa regularidade (no século 21 já foram quatro discos).
Os últimos anos têm sido bons para o Purple. Em 2016 eles finalmente foram convidados para fazer parte do Rock and Roll Hall Of Fame e o recente "Infinite" foi bem recebido por público e crítica. A lenta "The Surprising" é um bom exemplo de como eles soam atualmente.