Há exatos dez anos Amy Winehouse nos deixou precocemente entrando para o triste "clube dos 27" - nome dado para uma série de artistas que morreram com essa idade. No caso da cantora, seguramente um dos maiores ícones do século 21, em posição que deverá ser mantida ao longo dos anos, mais triste ainda foi ver que um dos maiores talentos surgidos na música recente legou uma obra tão curta. Somados, seus dois álbuns de estúdio, nas edições standard, têm pouco mais de uma hora e meia de duração.
Como comparação com outros "membros do clube", Jim Morrison, dos Doors, quando morreu, tinha lançado seis álbuns, Jimi Hendrix, quatro e, mesmo Kurt Cobain, do Nirvana, fruto de uma época em que já não se obrigava os artistas a produzirem com a mesma rapidez, três. Todos também deixaram um bom número de faixas soltas e gravações inéditas que renderam mais um punhado de lançamentos, no caso de Hendrix, em números assustadoramente grandes.
Amy, infelizmente, não! Com muito esforço, foi possível fazer apenas um disco com material inédito dela, "Lioness: Hidden Treasures", lançado há quase dez anos (em dezembro de 2011) e não há nenhuma sinalização de que outro documento semelhante possa ser lançado no futuro.
Podemos celebrar, ao menos, o fato dela ter tido bastante cuidado em seus dois álbuns, "Frank", que ajudou a torná-la conhecida no Reino Unido, e o emblemático "Back To Black", que a tornou uma superestrela planetária e, simultaneamente, uma artista querida pelos críticos.
Ouça abaixo cinco canções que ajudam a contar um pouco dessa trajetória:
"Take The Box" (2003)
Lançado quando Amy tinha apenas 20 anos, "Frank" certamente causou espanto nos ouvintes e jornalistas. Afinal, não era muito comum ver uma cantora tão jovem, mostrando tanta segurança vocal e, menos ainda, com referências tão incomuns para alguém que nasceu na década de 80: jazz, soul de pegada sofisticada, R&B clássico (e também o moderno) e as torch songs (algo como "canções de fossa").
"Frank" não chegou a ser uma unanimidade com a imprensa e foi pegando o público aos poucos, estreando na 60ª posição e chegando, eventualmente, à 13ª. O que não se negava é que Winehouse era um nome a se prestar atenção e que, com o devido tempo, tinha tudo para surpreender.
"Take The Box" foi o segundo single da cantora e chegou no top 60 do Reino Unido, ou seja, um sucesso discreto, mas que começou a abrir caminho para voos maiores.
"Rehab" (2006)
Na verdade, a cantora nem demorou muito para atingir o tal nível de maturidade. "Back To Black", de 2006, se mostrou um conjunto conciso e perfeito em suas 11 faixas distribuídas em 35 minutos. A novidade maior foi a chegada do produtor Mark Ronson, que se mostrou a pessoa ideal para a artista, ao entender as referências que ela trazia - os girl groups da década de 60 eram a sua nova obsessão - e adaptá-las para os ouvidos dos anos 00 de maneira orgânica. Ronson pilotou seis faixas do trabalho (Salaam Remi cuidou das demais) e deu para ela o seu primeiro grande hit.
"Back To Black" lidava com bom-humor de um tema difícil, a dependência da artista em aditivos químicos, ainda que, naquele momento, não se poderia imaginar quão sério era esse problema e o trágico desfecho resultante.
Além de ter se tornado uma daquelas músicas que ajudam a marcar época, "Rehab" se tornou o maior sucesso dela ao chegar no sexto lugar no Reino Unido e oitavo nos EUA, a única vez em que ela apareceu tão bem no Hot 100 da Billboard.
"Back To Black" (2006)
"Rehab" era mais dançante, mas foi na faixa-título do álbum que se pôde ver a verdadeira alma da artista. Uma balada que já nasceu clássica, e com tudo para se tornar um standard, com a cantora deixando sua emoção aflorar em uma performance única. A faixa chegou no oitavo lugar na Grã Bretanha, e também ajudou o disco a vender mais alguns milhões de cópias ao redor do planeta.
"Valerie" (2007)
Essa cover dos Zutons, uma boa banda inglesa surgida no início dos anos 00 que anda um tanto esquecida, acabou se tornando o maior hit na voz da cantora no Reino Unido. A faixa foi gravada para o disco de covers de Mark Ronson e acabou fazendo muito mais sucesso que a versão original. O single chegou ao segundo lugar.
"Our Day Will Come" (gravada em 2003, lançada em 2011)
Mais uma cover, essa de um original do grupo de doo wop Ruby & the Romantics (1962). A música foi um dos dois singles extraídos do disco póstumo "Lioness: Hidden Treasures" e foi gravada durante as sessões de "Frank". A faixa se tornou o último hit dela na parada britânica , chegando no 29º lugar. Já o álbum encabeçou o ranking e ficou em quinto nos EUA.
Como comparação com outros "membros do clube", Jim Morrison, dos Doors, quando morreu, tinha lançado seis álbuns, Jimi Hendrix, quatro e, mesmo Kurt Cobain, do Nirvana, fruto de uma época em que já não se obrigava os artistas a produzirem com a mesma rapidez, três. Todos também deixaram um bom número de faixas soltas e gravações inéditas que renderam mais um punhado de lançamentos, no caso de Hendrix, em números assustadoramente grandes.
Amy, infelizmente, não! Com muito esforço, foi possível fazer apenas um disco com material inédito dela, "Lioness: Hidden Treasures", lançado há quase dez anos (em dezembro de 2011) e não há nenhuma sinalização de que outro documento semelhante possa ser lançado no futuro.
Podemos celebrar, ao menos, o fato dela ter tido bastante cuidado em seus dois álbuns, "Frank", que ajudou a torná-la conhecida no Reino Unido, e o emblemático "Back To Black", que a tornou uma superestrela planetária e, simultaneamente, uma artista querida pelos críticos.
Ouça abaixo cinco canções que ajudam a contar um pouco dessa trajetória:
"Take The Box" (2003)
Lançado quando Amy tinha apenas 20 anos, "Frank" certamente causou espanto nos ouvintes e jornalistas. Afinal, não era muito comum ver uma cantora tão jovem, mostrando tanta segurança vocal e, menos ainda, com referências tão incomuns para alguém que nasceu na década de 80: jazz, soul de pegada sofisticada, R&B clássico (e também o moderno) e as torch songs (algo como "canções de fossa").
"Frank" não chegou a ser uma unanimidade com a imprensa e foi pegando o público aos poucos, estreando na 60ª posição e chegando, eventualmente, à 13ª. O que não se negava é que Winehouse era um nome a se prestar atenção e que, com o devido tempo, tinha tudo para surpreender.
"Take The Box" foi o segundo single da cantora e chegou no top 60 do Reino Unido, ou seja, um sucesso discreto, mas que começou a abrir caminho para voos maiores.
"Rehab" (2006)
Na verdade, a cantora nem demorou muito para atingir o tal nível de maturidade. "Back To Black", de 2006, se mostrou um conjunto conciso e perfeito em suas 11 faixas distribuídas em 35 minutos. A novidade maior foi a chegada do produtor Mark Ronson, que se mostrou a pessoa ideal para a artista, ao entender as referências que ela trazia - os girl groups da década de 60 eram a sua nova obsessão - e adaptá-las para os ouvidos dos anos 00 de maneira orgânica. Ronson pilotou seis faixas do trabalho (Salaam Remi cuidou das demais) e deu para ela o seu primeiro grande hit.
"Back To Black" lidava com bom-humor de um tema difícil, a dependência da artista em aditivos químicos, ainda que, naquele momento, não se poderia imaginar quão sério era esse problema e o trágico desfecho resultante.
Além de ter se tornado uma daquelas músicas que ajudam a marcar época, "Rehab" se tornou o maior sucesso dela ao chegar no sexto lugar no Reino Unido e oitavo nos EUA, a única vez em que ela apareceu tão bem no Hot 100 da Billboard.
"Back To Black" (2006)
"Rehab" era mais dançante, mas foi na faixa-título do álbum que se pôde ver a verdadeira alma da artista. Uma balada que já nasceu clássica, e com tudo para se tornar um standard, com a cantora deixando sua emoção aflorar em uma performance única. A faixa chegou no oitavo lugar na Grã Bretanha, e também ajudou o disco a vender mais alguns milhões de cópias ao redor do planeta.
"Valerie" (2007)
Essa cover dos Zutons, uma boa banda inglesa surgida no início dos anos 00 que anda um tanto esquecida, acabou se tornando o maior hit na voz da cantora no Reino Unido. A faixa foi gravada para o disco de covers de Mark Ronson e acabou fazendo muito mais sucesso que a versão original. O single chegou ao segundo lugar.
"Our Day Will Come" (gravada em 2003, lançada em 2011)
Mais uma cover, essa de um original do grupo de doo wop Ruby & the Romantics (1962). A música foi um dos dois singles extraídos do disco póstumo "Lioness: Hidden Treasures" e foi gravada durante as sessões de "Frank". A faixa se tornou o último hit dela na parada britânica , chegando no 29º lugar. Já o álbum encabeçou o ranking e ficou em quinto nos EUA.