A história de estrela televisiva e do mundo do disco de Xuxa, a partir de 1986, quando assume as manhãs da Globo, é bem conhecida. É a época em que ela apresenta o "Xou da Xuxa" e se torna a "Rainha dos Baixinhos", alcançando um sucesso comparável ao dos maiores popstars. Mas a sua trajetória na televisão começou um pouco antes, em 1983 quando é convidada, e aceita, apresentar o "Clube da Criança", na hoje extinta TV Manchete.
É uma fase que costuma ser lembrada com uma certa dose de humor ácido, especialmente pelo trato, digamos, não muito delicado, que a, ainda inexperiente apresentadora, vez ou outra dispensava para as crianças que faziam parte da plateia. Mas não se nega que a "ex-namorada do Pelé" (como era mais conhecida até aquele ponto) logo pegou o jeito de se comunicar com elas e abriu o seu caminho rumo ao estrelato.
Em 1985, Xuxa ganhou a missão de lançar um álbum só dela, depois de ter participado em algumas canções do LP que serviu de trilha sonora para o seu programa. O surpreendente, quando observamos o tal trabalho, é ver que "Xuxa E Seus Amigos" se mostrou um disco com um time de colaboradores de peso, com vários astros da música brasileira, que faz deste um item único - e curiosíssimo - em sua carreira.
Quem assumiu a produção do projeto foi Roberto Menescal, o grande mestre da Bossa Nova e diretor da Polygram à época. Como contou em entrevista para a Veja Rio, aquela era uma época em que a gravadora estava em crise e tinha parado com as contratações, e também dispensado muitos artistas que já não vendiam mais como antes.
Ainda assim, ele achou que um disco da ex-modelo como cantora daria pé e resolveu assumir a causa. O problema é que a Polygram disse que não ia custear o álbum. O jeito foi ser criativo. "Pedi gravações emprestadas a artistas da casa, como Caetano ("O Leãozinho) e Erasmo Carlos ("Meu Boomerangue Não Quer Mais Voltar"), e coloquei a Xuxa cantando com eles. Fiz doze faixas sem gastar praticamente nada, e ela adorou o resultado", disse.
Marina, Nara Leão, Chico Buarque, Zizi Possi, os então novatos do Biquini Cavadão e a esquecida boyband Ciclone também acabaram no álbum, assim como os Trapalhões. O repertório tinha ainda Tom Jobim e Dorival Caymmi.
Um compacto também foi lançado, curiosamente com faixas sem convidados especiais e feitas especialmente para o projeto: "Sete Quedas" e "Kiddo [meu Herói Querido]", que tiveram arranjos de Lincoln Olivetti e capa desenhada por Maurício de Souza - um item bastante raro e buscado por colecionadores.
Menescal diz que o álbum resultante, "Xuxa e Seus Amigos", vendeu mais de 500 mil cópias, número que não pode ser oficialmente averiguado (o site da Pró-Música Brasil só traz resultados a partir de 1990), mas o LP certamente vendeu mais do que o esperado pela companhia.
Menescal acabou tendo a chance de se "vingar" da companhia: "Eu já estava para sair da gravadora quando houve a convenção de vendas anual de 1986. Levei a Xuxa e foi um frisson. Quando todos esperavam que eu anunciasse um segundo LP, avisei que estava rescindindo o contrato dela porque a empresa não apostou no seu potencial. Xuxa fechou com a Som Livre e, nos três anos seguintes, vendeu 12 milhões de discos", contou para a jornalista Letícia Pimenta, na mesma entrevista.
"Xuxa e Seus Amigos" também gerou um especial natalino exibido pela Manchete, do qual apenas alguns trechos foram encontrados no YouTube e estão postado no decorrer deste texto.
Ouça o álbum que nunca ganhou edição em CD, ao menos oficial, mas que está disponibilizado nos serviços de streaming musical:
É uma fase que costuma ser lembrada com uma certa dose de humor ácido, especialmente pelo trato, digamos, não muito delicado, que a, ainda inexperiente apresentadora, vez ou outra dispensava para as crianças que faziam parte da plateia. Mas não se nega que a "ex-namorada do Pelé" (como era mais conhecida até aquele ponto) logo pegou o jeito de se comunicar com elas e abriu o seu caminho rumo ao estrelato.
Em 1985, Xuxa ganhou a missão de lançar um álbum só dela, depois de ter participado em algumas canções do LP que serviu de trilha sonora para o seu programa. O surpreendente, quando observamos o tal trabalho, é ver que "Xuxa E Seus Amigos" se mostrou um disco com um time de colaboradores de peso, com vários astros da música brasileira, que faz deste um item único - e curiosíssimo - em sua carreira.
Quem assumiu a produção do projeto foi Roberto Menescal, o grande mestre da Bossa Nova e diretor da Polygram à época. Como contou em entrevista para a Veja Rio, aquela era uma época em que a gravadora estava em crise e tinha parado com as contratações, e também dispensado muitos artistas que já não vendiam mais como antes.
Ainda assim, ele achou que um disco da ex-modelo como cantora daria pé e resolveu assumir a causa. O problema é que a Polygram disse que não ia custear o álbum. O jeito foi ser criativo. "Pedi gravações emprestadas a artistas da casa, como Caetano ("O Leãozinho) e Erasmo Carlos ("Meu Boomerangue Não Quer Mais Voltar"), e coloquei a Xuxa cantando com eles. Fiz doze faixas sem gastar praticamente nada, e ela adorou o resultado", disse.
Marina, Nara Leão, Chico Buarque, Zizi Possi, os então novatos do Biquini Cavadão e a esquecida boyband Ciclone também acabaram no álbum, assim como os Trapalhões. O repertório tinha ainda Tom Jobim e Dorival Caymmi.
Um compacto também foi lançado, curiosamente com faixas sem convidados especiais e feitas especialmente para o projeto: "Sete Quedas" e "Kiddo [meu Herói Querido]", que tiveram arranjos de Lincoln Olivetti e capa desenhada por Maurício de Souza - um item bastante raro e buscado por colecionadores.
Menescal diz que o álbum resultante, "Xuxa e Seus Amigos", vendeu mais de 500 mil cópias, número que não pode ser oficialmente averiguado (o site da Pró-Música Brasil só traz resultados a partir de 1990), mas o LP certamente vendeu mais do que o esperado pela companhia.
Menescal acabou tendo a chance de se "vingar" da companhia: "Eu já estava para sair da gravadora quando houve a convenção de vendas anual de 1986. Levei a Xuxa e foi um frisson. Quando todos esperavam que eu anunciasse um segundo LP, avisei que estava rescindindo o contrato dela porque a empresa não apostou no seu potencial. Xuxa fechou com a Som Livre e, nos três anos seguintes, vendeu 12 milhões de discos", contou para a jornalista Letícia Pimenta, na mesma entrevista.
"Xuxa e Seus Amigos" também gerou um especial natalino exibido pela Manchete, do qual apenas alguns trechos foram encontrados no YouTube e estão postado no decorrer deste texto.
Ouça o álbum que nunca ganhou edição em CD, ao menos oficial, mas que está disponibilizado nos serviços de streaming musical: