O lançamento do aguardado "Certified Lover Boy" fez com que Drake igualasse uma marca tida como imbatível, estabelecida em 1964 pelos Beatles. Assim como o quarteto de Liverpool, o canadense conseguiu tomar conta de todo o top 5 da parada. Na verdade, ele foi até além, já que tem nove músicas no top 10, e as outras 11 faixas do disco estão espalhadas entre as 35 mais. No ranking de 4 de abril de 1964, os ingleses tinham mais oito compactos no top 100, mas todos abaixo do top 40.
Obviamente há diferenças na métrica destes dois recordes. No caso dos Beatles, a banda, de fato, vendeu milhões de compactos em vinil e tinha suas canções rodando em rádios e jukeboxes. Drake se beneficia do novo mercado, onde as audições nos serviços de streaming (e também no YouTube) são o fator primordial para apontar as músicas mais populares na América.
Os EUA ainda não tomaram medidas para evitar esse tipo de ocorrência, que está se tornando comum, ainda que não com tanta dramaticidade. Na semana passada, Kanye West também colocou todas as 23 músicas de "Donda" no Hot 100. Agora este número caiu para 11, sendo que apenas uma está entre as 40 mais - "Hurricane (Feat. The Weeknd & Lil Baby) que despencou do sexto para o 29° posto.
As canções dos Beatles que estavam no top 5 há mais de 55 anos, "Can't Buy Me Love", "Twist And Shout" e "She Loves You", entre elas, ainda hoje estão entre as mais marcantes da banda, e dos anos 60 de modo geral.
Os responsáveis por contabilizar o ranking no Reino Unido criaram uma regra para barrar esses feitos, No entender deles, não se pode considerar todas as faixas de um disco como singles. Assim, depois que Ed Sheeran colocou todas as músicas de "÷" no top 20 (em 2017) foi decidido que apenas três músicas de um mesmo artista poderiam estar no top 100 e um novo cálculo também foi criado, aumentando a importância das execuções em rádio e diminuindo as do streaming.
Claro que nada disso importa para Drake, que jogou dentro da regra e é um dos maiores astros do século 21, sem sombra de dúvida.
