Por aqui, o nome Dermot Kennedy pode ainda não significar muito. Já na Europa, a coisa é bem diferente. O irlandês de 30 anos já chegou ao topo da parada de álbuns do Reino Unido (e na de sua terra natal), abriu shows de Shawn Mendes na América do Norte, tem uma série de músicas com muitos milhões de acessos no YouTube e Spotify e sua próxima turnê terá paradas em algumas das maiores arenas do continente europeu, incluindo a O2, em Londres.
Semana passada, ele fez uma passagem relâmpago pelo Brasil justamente para divulgar o seu trabalho, que tem tudo para agradar os fãs de artistas como Ed Sheeran, Lewis Capaldi e o próprio Shawn Mendes.
Kennedy lançará "Sonder", seu segundo álbum no dia 4 de novembro e, para gerar um clima de antecipação, criou o projeto "Sondersessions", no qual volta às suas origens. Assim como no começo de sua carreira, ele simplesmente chega, com violão em punho, em uma rua movimentada de alguma grande metrópole e toca algumas de suas músicas.
Os resultados do "experimento" variam de lugar para lugar. Em uma cidade como Glasgow, onde ele é um popstar de grande sucesso, rapidamente uma enorme multidão se une para ouvi-lo. Em outras, como se viu em São Paulo no último dia 9, ele atrai quem já o conhece, além de quem está simplesmente andando por ali e pessoas que pararam curiosas para saber quem seria este "cantor de rua" com voz tão boa.
Um dia depois do "show", que ele repetiu no Rio de Janeiro, Kennedy recebeu o Vagalume para um bate-papo. A conversa foi essa:
Como está sendo voltar a tocar de surpresa nas ruas das cidades?
Fazer isso me leva de volta às minhas origens. Quando eu ainda não tinha uma carreira, com 16/17/18 anos, não havia jeito de arrumar um show em um local tradicional para mim, e a rua sempre está lá.
Tem sempre gente andando pelas ruas, e, em Dublin, as pessoas estão em toda parte. Então tem sempre uma plateia para te escutar. Essa foi a minha decisão. Eu falava: "eu posso sair e criar essa oportunidade para mim imediatamente", fazendo basicamente o que fiz agora em São Paulo, e também em Paris, Boston, Frankfurt e muitos outros lugares. Para mim, hoje em dia, este é um jeito legal de ver que eu ainda não perdi essa capacidade, e um modo de celebrar essa parte de quem eu sou.
Nessa época você tocava músicas próprias ou covers?
Minhas próprias músicas não caíam muito bem com aquela audiência (risos). Agora, claro, eu já sou mais conhecido e posso tocar as minhas composições. Mas, naquela época, ninguém fazia ideia de quem eu era. Então eu sabia que se tocasse um certo tipo de música as pessoas iriam se aproximar, mas se só tocasse as minhas... (faz gesto de dispersão).
Eu vi o show, mas também prestei atenção na plateia para ver a reação das pessoas e percebi gente perguntando quem era que estava cantando e outras abrindo o Shazam para ver se o aplicativo reconhecia a música (risos)
Eu adoro tocar em festivais porque é basicamente a mesma coisa, só que com mais gente. Em um festival vai ter gente vendo o meu show por saber quem eu sou, mas também tem bastante gente caminhando que escuta um pouco da música e começa a prestar atenção. É um desafio divertido esse de tentar ganhar as pessoas.
Como veio a decisão de fazer esse projeto?
Eu estava em turnê com o Shawn Mendes, tocando em estádios. Aí aquela turnê acabou e ficamos pensando no que faríamos em seguida. E fomos então dessa coisa de se apresentar para 20 mil pessoas por noite, para essa de simplesmente tocar para as pessoas na rua, como foi ontem (em São Paulo), que é um jeito super básico de se conectar com as pessoas. Eu adoro.
O que ficou claro é que algumas de suas músicas ganham um significado bem diferente quando são ouvidas nesse formato mais básico em comparação com as versões de estúdio. Penso especificamente em "Kiss Me".
Eu gosto disso, você escuta a versão de estúdio e ela é super pop e cheia de luz, mas com aquela melancolia, porque a letra não mudou. Eu gosto dessa contradição. Pra mim, se vou fazer uma música mais pop e ensolarada, eu preciso que a letra tenha algum 'peso'. Se não for assim eu não consigo cantá-la.
Você ainda vai levar esse projeto para outros lugares?
Agora vamos fazer no Rio e em outras cidades, mas eu não gosto de saber muito da minha rotina futura senão enlouqueço (risos). Só sei sobre os próximos dois dias. (nota: logo depois da rápida visita brasileira, Kennedy rumou para a Ásia para tocar nas ruas de países como Coreia do Sul, Cingapura e Filipinas)..
Você já teve a oportunidade de encontrar algum de seus grandes heróis musicais?
Encontrei o Bon Iver (projeto musical do americano Justin Vernon) quando tinha 19 anos, nessa época não tinha nada rolando comigo, e, até hoje, quando encontro alguém, eu me lembro deles, que estavam tocando em Boston, onde eu estava de férias, e de como eu fiquei tremendo com o telefone (para tirar uma foto). Acho incrível como as pessoas que admiramos podem causar esse efeito.
Você também foi ver o jogo do São Paulo no Morumbi (o time perdeu para o Botafogo). Você é fã do esporte né?
O campo estava uma loucura, nunca vi tanta água (risos). O futebol, seja jogando ou assistindo, me permite simplesmente relaxar, porque a música é uma coisa super emocional pra mim. Quando estou tocando, a minha cabeça sempre está cheia de coisas, mas durante o futebol ela está simplesmente... vazia.
Semana passada, ele fez uma passagem relâmpago pelo Brasil justamente para divulgar o seu trabalho, que tem tudo para agradar os fãs de artistas como Ed Sheeran, Lewis Capaldi e o próprio Shawn Mendes.
Kennedy lançará "Sonder", seu segundo álbum no dia 4 de novembro e, para gerar um clima de antecipação, criou o projeto "Sondersessions", no qual volta às suas origens. Assim como no começo de sua carreira, ele simplesmente chega, com violão em punho, em uma rua movimentada de alguma grande metrópole e toca algumas de suas músicas.
Os resultados do "experimento" variam de lugar para lugar. Em uma cidade como Glasgow, onde ele é um popstar de grande sucesso, rapidamente uma enorme multidão se une para ouvi-lo. Em outras, como se viu em São Paulo no último dia 9, ele atrai quem já o conhece, além de quem está simplesmente andando por ali e pessoas que pararam curiosas para saber quem seria este "cantor de rua" com voz tão boa.
Um dia depois do "show", que ele repetiu no Rio de Janeiro, Kennedy recebeu o Vagalume para um bate-papo. A conversa foi essa:
Como está sendo voltar a tocar de surpresa nas ruas das cidades?
Fazer isso me leva de volta às minhas origens. Quando eu ainda não tinha uma carreira, com 16/17/18 anos, não havia jeito de arrumar um show em um local tradicional para mim, e a rua sempre está lá.
Tem sempre gente andando pelas ruas, e, em Dublin, as pessoas estão em toda parte. Então tem sempre uma plateia para te escutar. Essa foi a minha decisão. Eu falava: "eu posso sair e criar essa oportunidade para mim imediatamente", fazendo basicamente o que fiz agora em São Paulo, e também em Paris, Boston, Frankfurt e muitos outros lugares. Para mim, hoje em dia, este é um jeito legal de ver que eu ainda não perdi essa capacidade, e um modo de celebrar essa parte de quem eu sou.
Nessa época você tocava músicas próprias ou covers?
Minhas próprias músicas não caíam muito bem com aquela audiência (risos). Agora, claro, eu já sou mais conhecido e posso tocar as minhas composições. Mas, naquela época, ninguém fazia ideia de quem eu era. Então eu sabia que se tocasse um certo tipo de música as pessoas iriam se aproximar, mas se só tocasse as minhas... (faz gesto de dispersão).
Eu vi o show, mas também prestei atenção na plateia para ver a reação das pessoas e percebi gente perguntando quem era que estava cantando e outras abrindo o Shazam para ver se o aplicativo reconhecia a música (risos)
Eu adoro tocar em festivais porque é basicamente a mesma coisa, só que com mais gente. Em um festival vai ter gente vendo o meu show por saber quem eu sou, mas também tem bastante gente caminhando que escuta um pouco da música e começa a prestar atenção. É um desafio divertido esse de tentar ganhar as pessoas.
Como veio a decisão de fazer esse projeto?
Eu estava em turnê com o Shawn Mendes, tocando em estádios. Aí aquela turnê acabou e ficamos pensando no que faríamos em seguida. E fomos então dessa coisa de se apresentar para 20 mil pessoas por noite, para essa de simplesmente tocar para as pessoas na rua, como foi ontem (em São Paulo), que é um jeito super básico de se conectar com as pessoas. Eu adoro.
O que ficou claro é que algumas de suas músicas ganham um significado bem diferente quando são ouvidas nesse formato mais básico em comparação com as versões de estúdio. Penso especificamente em "Kiss Me".
Eu gosto disso, você escuta a versão de estúdio e ela é super pop e cheia de luz, mas com aquela melancolia, porque a letra não mudou. Eu gosto dessa contradição. Pra mim, se vou fazer uma música mais pop e ensolarada, eu preciso que a letra tenha algum 'peso'. Se não for assim eu não consigo cantá-la.
Você ainda vai levar esse projeto para outros lugares?
Agora vamos fazer no Rio e em outras cidades, mas eu não gosto de saber muito da minha rotina futura senão enlouqueço (risos). Só sei sobre os próximos dois dias. (nota: logo depois da rápida visita brasileira, Kennedy rumou para a Ásia para tocar nas ruas de países como Coreia do Sul, Cingapura e Filipinas)..
Você já teve a oportunidade de encontrar algum de seus grandes heróis musicais?
Encontrei o Bon Iver (projeto musical do americano Justin Vernon) quando tinha 19 anos, nessa época não tinha nada rolando comigo, e, até hoje, quando encontro alguém, eu me lembro deles, que estavam tocando em Boston, onde eu estava de férias, e de como eu fiquei tremendo com o telefone (para tirar uma foto). Acho incrível como as pessoas que admiramos podem causar esse efeito.
Você também foi ver o jogo do São Paulo no Morumbi (o time perdeu para o Botafogo). Você é fã do esporte né?
O campo estava uma loucura, nunca vi tanta água (risos). O futebol, seja jogando ou assistindo, me permite simplesmente relaxar, porque a música é uma coisa super emocional pra mim. Quando estou tocando, a minha cabeça sempre está cheia de coisas, mas durante o futebol ela está simplesmente... vazia.