22 anos depois de "A Invasão do Sagaz Homem Fumaça", o Planet Hemp lançou o seu quarto álbum de estúdio. A boa notícia é que a banda conseguiu fazer de "Jardineiros" um disco que soa como uma continuação natural do disco feiro no ano 2000, mas que não é um mero exercício nostálgico.

Até porque muitos dos temas que Marcelo D2 e BNegão versavam nos anos 90 seguem relevantes e atuais. "Jardineiros" tem rap, rock and roll, hip-hop e outros elementos na medida certa em um disco bem enxuto e certeiro - suas 15 faixas, incluindo duas vinhetas, são ouvidas em menos de 40 minutos.

O disco também não ignora a passagem do tempo e os acidentes no caminho. A abertura, com o saudoso Marcelo Yuka do Rappa falando "quando o instrumento do medo não funciona, a gente adquire um poder inimaginável" resume bem esse Planet que olha pra frente sem se esquecer de sua história.
Planet Hemp

Nessa linha, "O RITMO E A RAIVA", com a participação do ex-integrante Black Alien, e saudação a Skunk, o membro-fundador que morreu antes do PH lançar seu disco de estreia também se destaca. No mínimo por ela conseguir a proeza de resumir a história da banda em dois minutos e meio,

A psicodélica, e chapada, "AMNÉSIA", o single "DISTOPIA (part. Criolo)", a pesadíssima "Veias Abertas (Part. Tantão e Os Fita)" e a divertida "AINDA", essa em levada de Miami Bass com participação dos Tropkillaz são os outros destaques de um álbum que serve para deixar os velhos fãs felizes e também apresentá-los para a "geração TikTok".

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