Dez dias depois da morte do cantor, Lady Gaga postou um longo e emocionante texto em tributo a Tony Bennett. A cantora teve a honra de dividir o palco e o estúdio com a grande lenda da música americana e também desfrutar de sua amizade.
Tony tinha 96 anos. Desde 2016 ele enfrentava o Mal de Alzheimer, o que não o impediu de se apresentar ao vivo por mais algumas vezes, nem de gravar um álbum com Diana Krall ("Love Is Here to Stay", de 2018) e mais outro trabalho com Gaga, "Love For Sale", de 2021, o sucessor de "Cheek To Cheek", de 2014.
Leia a íntegra da mensagem:
"Vou sentir falta do meu amigo para sempre. Vou sentir falta de cantar com ele, gravar com ele, conversar com ele, de estarmos no palco juntos. Com Tony, pude viver minha vida em um túnel do tempo. Tony e eu tínhamos esse poder mágico. Nós nos transportamos para outra era, modernizamos a música juntos e demos uma nova vida a ela como uma dupla de cantores. Mas não foi encenação. Nosso relacionamento era muito real.
Claro que ele me ensinou sobre música, sobre a vida no showbiz, mas também me mostrou como manter meu ânimo elevado e minha cabeça no lugar. "Em frente", ele dizia. Ele era um otimista, acreditava em trabalho de qualidade e em vida de qualidade. Além disso, havia a gratidão...Tony sempre foi grato. Ele serviu na Segunda Guerra Mundial, marchou com Martin Luther King Jr. e cantou jazz com os maiores cantores e músicos do mundo.
Há muito tempo que estou em luto pela perda de Tony. Tivemos um adeus muito longo e poderoso.
Embora houvesse cinco décadas de distância entre nós, ele era meu amigo. Meu verdadeiro e real amigo. Nossa diferença de idade não importava - na verdade, deu a cada um de nós algo que não tínhamos com a maioria das pessoas. Estávamos em dois estágios diferentes da vida - algo muito inspirador.
Perder Tony para o Alzheimer foi doloroso, mas também foi muito bonito. A fase de perda de memória é um momento tão sagrado na vida de uma pessoa. Há um sentimento de vulnerabilidade e um desejo de preservar a dignidade. Tudo o que eu queria era que Tony lembrasse o quanto eu o amava e o quanto estava grata por tê-lo em minha vida.
Mas, à medida que isso desaparecia lentamente, eu sabia que, no fundo, ele estava compartilhando comigo o momento mais vulnerável de sua vivência - estar disposto a cantar comigo quando sua natureza mudava tão profundamente.
Eu jamais vou esquecer esta experiência. Nunca vou esquecer Tony Bennett. Se eu pudesse dizer algo ao mundo sobre isso, diria para não menosprezar os mais velhos, não os deixe para trás quando as coisas mudarem.
Não vacile quando se sentir triste, apenas siga em frente, a tristeza faz parte. Cuide dos mais velhos e prometo que aprenderá algo especial. Talvez até mágico. E preste atenção ao silêncio - algumas das trocas mais significativas entre meu parceiro musical e eu não tinham nenhuma melodia.
Eu te amo Tony. com amor, Lady"
Tony tinha 96 anos. Desde 2016 ele enfrentava o Mal de Alzheimer, o que não o impediu de se apresentar ao vivo por mais algumas vezes, nem de gravar um álbum com Diana Krall ("Love Is Here to Stay", de 2018) e mais outro trabalho com Gaga, "Love For Sale", de 2021, o sucessor de "Cheek To Cheek", de 2014.
Leia a íntegra da mensagem:
"Vou sentir falta do meu amigo para sempre. Vou sentir falta de cantar com ele, gravar com ele, conversar com ele, de estarmos no palco juntos. Com Tony, pude viver minha vida em um túnel do tempo. Tony e eu tínhamos esse poder mágico. Nós nos transportamos para outra era, modernizamos a música juntos e demos uma nova vida a ela como uma dupla de cantores. Mas não foi encenação. Nosso relacionamento era muito real.
Claro que ele me ensinou sobre música, sobre a vida no showbiz, mas também me mostrou como manter meu ânimo elevado e minha cabeça no lugar. "Em frente", ele dizia. Ele era um otimista, acreditava em trabalho de qualidade e em vida de qualidade. Além disso, havia a gratidão...Tony sempre foi grato. Ele serviu na Segunda Guerra Mundial, marchou com Martin Luther King Jr. e cantou jazz com os maiores cantores e músicos do mundo.
Há muito tempo que estou em luto pela perda de Tony. Tivemos um adeus muito longo e poderoso.
Embora houvesse cinco décadas de distância entre nós, ele era meu amigo. Meu verdadeiro e real amigo. Nossa diferença de idade não importava - na verdade, deu a cada um de nós algo que não tínhamos com a maioria das pessoas. Estávamos em dois estágios diferentes da vida - algo muito inspirador.
Perder Tony para o Alzheimer foi doloroso, mas também foi muito bonito. A fase de perda de memória é um momento tão sagrado na vida de uma pessoa. Há um sentimento de vulnerabilidade e um desejo de preservar a dignidade. Tudo o que eu queria era que Tony lembrasse o quanto eu o amava e o quanto estava grata por tê-lo em minha vida.
Mas, à medida que isso desaparecia lentamente, eu sabia que, no fundo, ele estava compartilhando comigo o momento mais vulnerável de sua vivência - estar disposto a cantar comigo quando sua natureza mudava tão profundamente.
Eu jamais vou esquecer esta experiência. Nunca vou esquecer Tony Bennett. Se eu pudesse dizer algo ao mundo sobre isso, diria para não menosprezar os mais velhos, não os deixe para trás quando as coisas mudarem.
Não vacile quando se sentir triste, apenas siga em frente, a tristeza faz parte. Cuide dos mais velhos e prometo que aprenderá algo especial. Talvez até mágico. E preste atenção ao silêncio - algumas das trocas mais significativas entre meu parceiro musical e eu não tinham nenhuma melodia.
Eu te amo Tony. com amor, Lady"