Minha viola Ta chorando com razão Por causa duma marvada Que roubou meu coração
Eu não respeito cantadô que é respeitado Que no samba improvisado me quisé desafiá Inda outro dia fui cantá no galinheiro O galo andou o mês inteiro sem vontade de cantá Nesta cidade todo mundo se acautela Com a tal de febre amarela que não cansa de matá E a dona Chica que anda atrás de mal conselho Pinta o corpo de vermelho Pro amarelo não pegá
Eu já jurei não jogá com seu Saldanha Que diz sempre que me ganha No tal jogo do bilhar Sapeca o taco nas bola de tal maneira Que eu espero a noite inteira pras bola carambolá Conheço um véio que tem a grande mania De fazê economia pra modelo de seus filho Não usa prato, nem moringa, nem caneca E quando senta é de cueca Prá não gastá os fundilho
Eu tenho um sogro cansado dos regabofe Que procurou o Voronoff, doutô muito creditado E andam dizendo que o enxerto foi de gato Pois ele pula de quatro miando pelos telhado Aonde eu moro tem o Bloco dos Filante Que quase que a todo instante Um cigarro vem filá E os danado vem bancando inteligente Diz que tão com dor de dente Que o cigarro faz passá
Compositor: Noel de Medeiros Rosa (Noel Rosa) ECAD: Obra #1482 Fonograma #48893