Sou gaúcho da raça campeira onde a força do braço vigora Fui criado domando em mangueira conto a vida nos dentes da espora Quando a lida do dia termina lavo as crinas e vou mundo afora Sob a luz da estrela boieira lá pro povo no más eu me espicho Sigo o rumo do meu pensamento que espera amarrar um cambicho Quebro o queixo do meu coração no balcão do primeiro bolicho Bis
(Para ouvir um gaiteiro tocar Cruzo matas, canhadas e rio Sinto a alma bailar num espaço No compasso do velho bugio)
Se algum de toque de gaita me chama dou de rédea no meu pangaré Me ouriço que nem ganso novo e me atiço pra ver onde é Sinto as tripas roncarem faceiras e coceira na sola do pé Se for baile me achego de vez por fandango não sinto fastio Vou entrando, saudando o gaiteiro negaciando onde está o mulherio Dou de mão na primeira pingüancha e abro cancha marcando o bugio Bis
Nesta vida de lida e romance china alguma me bota retovo Quando a barra do dia floresce eu regresso pra domar de novo Floreando no meu assobio o bugio que ficou lá no povo Volto a trote pra lida campeira de chapéu tapealito na testa O perfume da china no pala é recuerdo que ainda me resta Que me importa voltar sem os trocos pois sou louco por bailes e festas Bis
Compositores: Joao Pantaleao Goncalves Leite (Joao Pantaleao), Luiz Carlos Lanfredi (Luiz Lanfredi), Amilton Tisot ECAD: Obra #1949935 Fonograma #1069287