E o gado todo mais louco Do que a fĂșria deste vento Redemunha no relento A procura de capĂ”es RelĂąmpagos que se cruzam Retratam por entre as plagas Os entrechoques de adagas Das velhas revoluçÔes
No horizonte as labaredas Vão guasqueando o tempo feio Teatro de assombraçÔes Cenårio do mundo alheio Boi tatås e caiporas Tropilhas do pastoreio Meu baio pateando raio O temporal gineteio
Nesse entreveiro matreiro De faĂsca, vento e raio Me agarro Ă s crinas do baio Que jĂĄ nem liga pro freio E uma faĂsca teimosa Riscou-me a tala do mango SĂł por ciĂșmes de fandango Partiu minha gaita no meio
Os coriscos vão marcando O lombo preto do tempo Nuvens pançudas de chuva Se aninham no firmamento A mata inteira valseia Num compasso pacholento Com fogo se apaga fogo Sempre a cabresto do vento