Os Nonatos
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Paixões Efêmeras

Os Nonatos


Meu último amor efêmero
Como chuva de verão
Por fora foi um tornado
Por dentro foi um vulcão
Abalando as estruturas
Do prédio do coração

Mas houve uma divisão
E uma pausa nas loucuras
Um desencontro nos planos,
E um parágrafo nas ternuras
Uma vírgula nas mentiras
E um ponto final nas juras

Desgosto e palavras duras
Destruíram nosso enlace
Quando ela mandou que eu fosse
Eu pedi que ela ficasse
Houve um temporal de lágrimas
Nas margens da minha face

Aconteceu tanto impasse
Que eu perdi as esperanças
E o meu coração estático
Ainda anseia por mudanças
Toda vez que o pensamento
Passa um replay das lembranças

Com as mesmas semelhanças
Não existe a réplica dela
Olhos da cor de esmeralda,
Corpo esbelto, voz singela
E até Deus teria risco
De se apaixonar por ela

Participei da tabela
Do seu jogo sedutor
Quis driblar seus sentimentos
Sem ter torcida a favor
Me perdi na mote súbita
Da prorrogação do amor

Eu aconselho quem for
Beijar seus lábios ardentes
Cuidado que em suas curvas
Sinuosas e latentes
Não há quem conte os amantes
Que já sofreram acidentes

Corpo e alma aos pretendentes
Essa mulher não entrega
Seu peito é laje de mármore
Que o amor bate e não prega
No seu coração de gelo
Que aterrisa escorrega

Amor mata e paixão cega
E eu ceguei por um segundo
Fiquei em estado de choque
Entrei em coma profundo
Pra mim o fim do romance
Foi mesmo que o fim do mundo

O seu cheiro é oriundo
Da mais suave fragrância
Não admite que ama
E tem saudade à distancia
E ouviu tanto essas palavras
Que nem dá mais importância

Com garbo e preponderância
Pára o trânsito e fecha a rua
Ela é incomparável
Usando os trajes da lua
Mesmo vestida é mais linda
Do que qualquer outra nua

Não tem outra que possua
Os dons de que ela é dona
Olhar que chama atenção
Sorriso que impressiona
E boca contendo narcótico
De dopar quem se apaixona

Eu fiz uma maratona
Atrás dela toda hora
Seqüestrado por seus braços
Virei refém dela outrora
Quando o resgate foi pago
Eu não quis mais vir embora

Parece Nossa Senhora
Por ter carisma de sobra
Rosto sem mácula, sem ruga
Busto sem fístula e sem dobra
E eu tô no leilão da sorte
Arrrematando essa obra

Compositores: Raimundo Nonato da Costa (Nonato Costa), Raimundo Nonato Neto (Raimundo Nonato)
ECAD: Obra #2583439 Fonograma #11471941

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