De volta ao passado Não tem quem me mande O quem enche os olhos Não me enche o bucho Eu não me deslumbro Com carros de luxo Me sinto pequeno Na cidade grande Na rua em me estresso no campo eu relaxo Plantando e colhendo pescando em riacho O rancho é humilde mas a terra é nossa No subúrbio triste eu não vejo graça Passo o dia em casa olhando quem passa Inalo fuligem respiro fumaça Isso não é vida pra quem é da roça Eu ainda quero ver as matas virgens Andar pelas trilhas e ouvir cachoeiras Folhear cordel no meio das feiras Sem romper os laços com minhas origens
Não sou assassino Pra ver tanta grade Na casa onde moro Pra ter segurança Por estas e outras Eu sinto saudade Do rancho sem porta Onde eu fui criança
De todos os erros que eu já cometi O pior de tudo foi mudar pr’aqui Perdendo o costume dos costumes meus Como os edifícios que interditam vias Aqui as pessoas são duras e frias E nesse corre-corre do todos os dias O dinheiro é posto no lugar de Deus
Eu fui Incubado No berço da flora Tenho parentesco Com o povo nativo Hoje como um peixe Fora d’água vivo Meu mundo está dentro Do mundo lá fora
Aquele é que é canto aquela é que é vida Sem droga encontrada sem bala perdida O povo é feliz e com razão de ser Eu dou minha alma se Deus der um jeito Pra que se refaça meu sonho desfeito Lá se eu viver tudo que tiver direito Antes de mil anos não dá pra viver.
Compositores: Raimundo Nonato da Costa (Nonato Costa), Raimundo Nonato Neto (Raimundo Nonato) ECAD: Obra #2569012 Fonograma #11470327