Sou filho de sertanejo, cresci na lida do gado Ginete de campereadas montando cavalo bravo Nascido no interior e amigo dos meus amigos Amante das tradições que sempre trago comigo Sou poeira de muita estrada, em que boiadeiros passaram E a cruz que ficou marcada, onde tantos outros choraram A morte de um companheiro, sina cruel desta vida Berrante que chora e canta tristeza da despedida Cabelos soltos ao vento, eu sou o tempo que passa Levando prá outras terras vestígios da minha raça Se hoje vivo distante do que fui quando menino Me sinto muito orgulhoso por ter tido esse destino Peão de estância e boiadeiro pelos rincões deste mundo Sou rastro de boi carreiro, marcando forte e profundo Os rumos da minha vida pela herança de um povo Que deixa suas raízes presas no filho mais novo Sou essa voz bem crioula que sai de um canto chorado Pela mudança dos tempos, pelo progresso alcançado carro de boi trocado por caminhões e tratores Um grito de dor calado no peito dos lavradores Quem foi um dia bonança nunca será tempestade Quem nasce livre no campo nunca será da cidade Sou filho de sertanejo, herói de muitas batalhas Que sente na carne o corte dos anos feito navalha
Compositor: Joao Miguel Marques de Medeiros (Joel Marques) ECAD: Obra #3630479 Fonograma #950969