Meu canto não conhece desencanto Vem peleando a tanto tempo Mas não cansa de pelear Hoje já se ouve a ressonância Dessa voz de peão de estância Conquistando seu lugar Meu canto, se quiser eu te ofereço Pois ninguém me bota preço Quando não quero cantar Meu canto, companheiro, não se iluda É como um cavalo de muda Que cansou de cabrestear
(Meu canto tem cheiro de terra e pampa É um andejo que se acampa Tendo o mundo por galpão Grita pra que o mundo inteiro ouça É raiz de muita força Rebrotando deste chão)
Meu canto, não é mágoa, não é pranto Nem passado, nem futuro, Que o presente é mais verdade Hoje o amanhã não me fascina Tenho o ontem que me ensina Mas não vivo de saudade Canto nesta terra onde me planto Mas não pise no meu poncho Que eu empaco e me boleio Canto pra pedir mais igualdade Quem não gosta da verdade Que se aparte do rodeio
Meu canto tem cheiro de terra e pampa É um andejo que se acampa Tendo o mundo por galpão Grita pra que o mundo inteiro ouça É raiz de muita força Rebrotando deste chão
Canto, e minha voz quando levanto Não traz ódio nem maldade Coisas que não sei sentir Não que seja mais que qualquer outro Nem mais taura, nem mais potro, Se disser eu vou mentir Peço pra quem julga e dá conceito Que esqueça o preconceito E me aceite como sou Manso como água de cacimba, Mas palanque que não timbra Porque o tempo enraizou
Meu canto tem cheiro de terra e pampa É um andejo que se acampa Tendo o mundo por galpão Grita pra que o mundo inteiro ouça É raiz de muita força Rebrotando neste chão
Compositor: Adair Rubim de Freitas (Adair de Freitas) ECAD: Obra #1663879 Fonograma #681393