De madrugada no meu quarto vem átona solidão Me lembro das velhas frases com perfeição Das lagrimas nos rostos das vozes no refrão Das mãos que seguram as alças do caixão
Da feição triste de parentes amigos Da vida sem graça sem motivos pra risos Da até pra sentir o luto as dores O tempo feio fechado o perfume das flores
De cada enterro eu tenho na mente lembrança De cada um que se vai o outro lado é a esperança Arquivado na memória o velório dos manos O cemitério as pessoas as velas os plantos
Parece tudo meio lento um filme que vai passando Atores que choram eu vejo tudo em preto e branco E assim que foi ao longo dos anos A violência dilacera nossos planos
Na minha memória o velório dos manos O cemitério as pessoas as velas os plantos É tudo meio lento um filme que vai passando Atores que choram eu vejo tudo em preto e branco
O vovô de setenta se equilibra na bengala. Emocionado se recorda, da esposa amada. Lamenta não entende toda essa maldade. Por que, O ser humano vive de crueldade?
Chorando me conta toda a sua vida. Primeiro beijo, casamento, nascimento da filha. E do dia que entraria pra sempre na memória Tarde de sexta feira lá pra duas horas
Palmas no portão sua mulher vai lá pra fora Já naquele momento percebeu algo estranho Dois caras mal encarados vão se aproximando Um terceiro logo atrás que trazia sua esposa vai passa grana não embaça coroa
Eu cooperei não entendo já estavam de partida Derepente um falo vô acaba com sua vida Barulho o tempo fecha não vejo nada Acordei uma semana depois na santa casa
Gosto amargo na boca cabeça enfaixada Minha filha feliz porem, chorava. Agora estou viúvo pensei? Imaginando a resposta eu perguntei
Um leve gesto na cabeça me da certeza Naquele momento a vida perdeu beleza Os dias se passam penso nela toda hora Desacreditado estou vagando só esperando á minha hora.
Na minha memória o velório dos manos O cemitério as pessoas as velas os plantos É tudo meio lento um filme que vai passando Atores que choram vejo tudo em preto e branco
Compositor: Jose Alves dos Santos (Jose Rico) ECAD: Obra #7215 Fonograma #23212