(“- Êta viola danada, parece que qué falá Cante uma moda, caboclo, cante que eu quero escuitá Me ajuda meu companheiro, pra esse moço escuitá Nóis vamo contá uma história de fazê as pedra chorá”)
Eu inda tinha vinte ano mais ou meno Quando fiquei conhecendo uma cabocla trigueira Perante Deus nóis casemo na capela E esta flor tão singela ficou minha companheira
(“Mas com esse verso cantado com tanta sinceridade Com vancês devia morá a dona felicidade! ”)
Por muito tempo tudo foi felicidade Inté que um dia a maldade o meu rancho procurou Minha cabocla esqueceu seu juramento Desviou seu pensamento, de outro caboclo gostou
(“Eu já tô quase inteirado do que com vancê se passou Você tava desconfiado ou foi alguém que lhe contou? ”)
Não foi preciso nem que eu desconfiasse E que ninguém me contasse, ela mesmo me falou Eu nesta hora senti uma coisa estranha Uma loucura tamanha que meu corpo inté gelou
(“Não é precisa contá como é que vancê se vingou Rançou da cinta o punhá e no peito dela encravou”)
Não companheiro, eu nem relei na marvada Levei ela inté na estrada e pedi pra não vortá E esta cabocla que era linda, era faceira Hoje é um pau de aroeira onde ninguém qué encostá
(“- Caboclo, gostei de vancê e da sua resolução Ela precisa sofrê pra pagá sua traição Ela, coitada! Vive por esse mundo passando de mão em mão É um sabugo de milho rolando por esse chão”)
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
Compositores: Arlindo Pinto dos Santos (Arlindo Pinto), Anacleto Rosas Junior (Anacleto Rosas) ECAD: Obra #1841966 Fonograma #1063064