Lá no maranhão um vaqueiro Disse para o fazendeiro morro de vontade De ser fazendeiro ao menos três dias Pra me sentir rico e ter autoridade Aí o patrão disse pra o vaqueiro Durante três dias de papel passado Você vai ser dono de tudo que é meu Eu vou ser vaqueiro e cuidar do seu gado
Foram ao cartório assinaram tudo na saída O novo patrão deu esparro Ao ex fazendeiro disse vá a pé Que eu não vou levar vaqueiro em meu carro Comprou terno novo caneta bonita Três talões de cheques botou na carteira Completou o tanque do carro e saiu nas ruas Rodando e fazendo besteira
Parou num bordel e disse as mulheres Vamos para a loja mais cara que houver Comprou roupa fina de grife famosa jóias E sapatos pra cada mulher Algumas boates e salões de dança A noite todinha passou visitando Cerveja e wisk vinho e tira gosto Para todo mundo saia pagando
No segundo dia só foi a fazenda dizer Ao vaqueiro que foi seu patrão Está despedido procure outro canto Já tenho quem olhe toda criação Voltou pra cidade e retirou do banco Novecentos mil e foi pra ribeira Apostou num prado casando o dinheiro Mas o seu cavalo perdeu a carreira
Na segunda noite meio embriagado Entrou numa casa de jogo que tinha Acabou os cheques pediu promissórias E jogou perdendo a noite todinha Assim que o terceiro dia amanheceu Pra pagar a dívida de jogo que fez Entregou o carro penhorou as terras E vendeu o gado todo duma vez
No fim dos três dias quando fazendeiro soube da historia Ficou ruim da bola De tanto desgosto morreu enforcado Porque tava a ponto de pedir esmola Esse desmantelo que o vaqueiro fez Não cabe perdão e quem quiser saber Do que é que um homem Pode ser capaz lhe entregue dinheiro caneta e poder
Compositor: Francisco Costa do Nascimento (Paulo Nascimento) ECAD: Obra #2002387