Paulo de Iguatu
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Três Dias de Fazendeiro

Paulo de Iguatu


Lá no maranhão um vaqueiro
Disse para o fazendeiro morro de vontade
De ser fazendeiro ao menos três dias
Pra me sentir rico e ter autoridade
Aí o patrão disse pra o vaqueiro
Durante três dias de papel passado
Você vai ser dono de tudo que é meu
Eu vou ser vaqueiro e cuidar do seu gado

Foram ao cartório assinaram tudo na saída
O novo patrão deu esparro
Ao ex fazendeiro disse vá a pé
Que eu não vou levar vaqueiro em meu carro
Comprou terno novo caneta bonita
Três talões de cheques botou na carteira
Completou o tanque do carro e saiu nas ruas
Rodando e fazendo besteira

Parou num bordel e disse as mulheres
Vamos para a loja mais cara que houver
Comprou roupa fina de grife famosa jóias
E sapatos pra cada mulher
Algumas boates e salões de dança
A noite todinha passou visitando
Cerveja e wisk vinho e tira gosto
Para todo mundo saia pagando

No segundo dia só foi a fazenda dizer
Ao vaqueiro que foi seu patrão
Está despedido procure outro canto
Já tenho quem olhe toda criação
Voltou pra cidade e retirou do banco
Novecentos mil e foi pra ribeira
Apostou num prado casando o dinheiro
Mas o seu cavalo perdeu a carreira

Na segunda noite meio embriagado
Entrou numa casa de jogo que tinha
Acabou os cheques pediu promissórias
E jogou perdendo a noite todinha
Assim que o terceiro dia amanheceu
Pra pagar a dívida de jogo que fez
Entregou o carro penhorou as terras
E vendeu o gado todo duma vez

No fim dos três dias quando fazendeiro soube da historia
Ficou ruim da bola
De tanto desgosto morreu enforcado
Porque tava a ponto de pedir esmola
Esse desmantelo que o vaqueiro fez
Não cabe perdão e quem quiser saber
Do que é que um homem
Pode ser capaz lhe entregue dinheiro caneta e poder

Compositor: Francisco Costa do Nascimento (Paulo Nascimento)
ECAD: Obra #2002387

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