Um fazendeiro em goiás mandou embora o vaqueiro Só com a roupa do corpo nem um centavo em dinheiro E alegando uma conta que o coitado não devia Ficou com o seu menino que nem campear sabia
Disse o vaqueiro chorando deixe o meu menino ir Ele é muito pequenino em nada vai lhe servir Mas o fazendeiro disse ele vai cuidar do gado E apanhar muito se não der conta do recado
Teve que ir o vaqueiro vendo o filho soluçando E o fazendeiro dizendo vá logo se preparando Bote a sela no cavalo e suma no matagal Eu não permito que falte uma vaca no curral
Aí passou o menino a viver escravizado Dormindo no chão apenas por uma esteira forrado a comida era da mesma que o cachorro comia Tão ruim que muitas vezes nem o cachorro queria
Com medo de andar no mato ia campear chorando Sem camisa sem chinelos no sol quente se queimando Sempre a mercê de uma vaca dessas que odeia menino Dava dó o sofrimento do vaqueiro pequenino
Uma tarde na fazenda o menino esmoreceu Caiu no meio das vacas de repente escureceu Um vulto desceu do céu onde o menino caiu Tudo clareou de novo mas o menino sumiu
Os cavalos da fazenda começaram relinchar O gado agitou-se e quase não para mais de berrar O fazendeiro correu pelo menino gritando Em seguida se deu conta que não tava mais falando
Até hoje não se sabe o que mais aconteceu Apenas que o fazendeiro se deprimiu e morreu A fazenda foi vendida a um empresário granfino Que construiu uma igreja pra o vaqueiro pequenino
Comentam que nas fazendas já tem sumido animais Mas são trazidos de volta sem ninguém saber quem traz Acham que é o menino a maior das oferendas Que foi eleito por deus pra proteger as fazendas
Compositor: Francisco Costa do Nascimento (Paulo Nascimento) ECAD: Obra #3101220