Certo dia um cidadão Daqueles mal educado Esbarrou um caipirão Que passava descuidado E o cidadão foi dizendo De um modo um tanto arrogado E o chamando de mendigo Vou levar você comigo Pra conhecer meu reinado
A sua rica mansão O grã-fino descrevia Mas sua mal intenção O caipira percebia O caipira indignado Com o calor que fazia Por que o terno, seu moço E gravata no pescoço A essa hora do dia
O cidadão deu risada Com sua versão ligeira Deu resposta improvisada Pode até ser verdadeira Sendo eu um diretor De grande firma estrangeira Pra manter a autoridade Embora contra a vontade Me visto desta maneira
Percebendo a intenção O caipira lhe dizia Prefiro o meu sertão Lá não tem burocracia Andamos de peito aberto Qualquer hora e qualquer dia O seu convite me atrai Mas quando a esmola é demais Até o santo desconfia
Prazer em te conhecer Ó meu nobre cidadão Lhe agradeço porque Tenho muita educação Não invejo sua riqueza Nem seu cargo de posição A resposta é curta e grossa Eu não troco minha roça Pra viver nessa prisão
Compositores: Jose Martins Sanches, Mauro de Oliveira (Tiao Brasil) ECAD: Obra #2082942 Fonograma #2123261