Sem sabermos, A cidade parou, Uma noite, Que afinal não chegou. E tu como um livro, No branco das páginas E eu a ler-te nas lágrimas, Que a manhã acordou. Sem sabermos, Inventámos a dor.
A vida é um jogo, Um instante infinito Um quarto de fogo, A esconder cada grito.
Sem saber, Abracei-te demais, Uma porta fechada, Os teus passos na escada A fazerem sinais.
A vida é um jogo, Um instante infinito. Um quarto de fogo, A esconder cada grito. E Antes do fim, Antes de ti.
Amanhã, parto contigo. Amanhã, foge comigo. Amanhã, longe daqui. Amanhã, leva-me em ti.
Sem saberes, Escrevemos as ruas, Uma sombra, Desfazendo-se em duas. E tu como um filme, Na vertigem da morte Eu aqui nesta sorte
A mão a um passo da pele. Sem saberes, Inventaste-me o céu.
A vida é um jogo, Um instante infinito. Um quarto de fogo, A esconder cada grito Antes do fim, Antes de ti.
Amanhã, parto contigo. Amanhã, foge comigo. Amanhã, longe daqui. Amanhã, leva-me em ti.