As Esporas do Ferreirinha
No campo do Espraiadinho
Uma cruz foi afincada
Onde morreu Ferreirinha
Naquela triste jornada
Duas esporas chilena
Nessa cruz foi pendurada
Foi com elas que o vaqueiro
Morreu naquela empreitada
Eu me lembro como hoje
Num rodeio em Rancharia
Ferreirinha foi o dono
Do rodeio nesse dia
Foi tratado pra montar
No lombo de uma novilha
A danada corcoveava
E a poeira suspendia
Depois de poucos minutos
Lá no centro da mangueira
Vi a novilha deitada
Entre nuvens de poeira
Ferreirinha amarrava
As suas patas traseiras
Depois arrastou a fera
Até no pé da porteira
Logo vi em alto brado
No meio da multidão
Quero ver esse mocinho
Montar no meu redomão
Dou minha espora de prata
Mais um cheque de milhão
Se fizerem o meu mestiço
Rolar na poeira do chão
Senti uma coisa estranha
Ao ouvir essa proposta
Meu amigo Ferreirinha
Disse sim como resposta
Foi um duelo difícil
Como a plateia gosta
No prazo de dois minutos
O burrão caiu de costa
Recebeu seu par de espora
E um cheque assinadinho
Veio muito sorridente
A cantar pelo caminho
Nós morava nesse tempo
Na cidade de Pardinho
As esporas até hoje
Está lá no Espraiadinho
Compositores: Joel Antunes Leme (Pedro Bento), Joao do Amaral Campos (Joao Amaral)
ECAD: Obra #7935473 Fonograma #1030809Ouça estações relacionadas a Pedro Bento e Zé da Estrada no Vagalume.FM