Foi num circo de rodeio que eu vi no interior Um burro preto injeitado era o rei do pulador Apareceu um peão dizendo: - na vida eu não tenho amor Quero montá nesse burro e mostrar o meu valor O dono fez esse aviso: - Eu não responsabilizo pela vida do senhor
Pra montá em burro brabo não preciso de oração Minha espora é sangradeira, é a minha proteção O rapaz montou no burro, mudou até de feição O burro pulou dobrado, rodopiou igual um cão Eu vi o rapaz no solo E o burro feito monjolo pisando em cima do peão
O povo sartou na arena, foi a sua sarvação O rapaz era descrente, nunca teve religião Alembrou que existia Deus só na hora de aflição Olhando firme pro céu ele jurou de coração Se Deus ainda me sarvá Nunca mais hei de montá no lombo de um pagão
Depois que tava curado assim dizia o rapaz - Pra mim não existe Deus, o home faz e desfaz Vô quebrá minha promessa, não posso perdê o cartaz Vou montá em quarqué burro até de cara pra trás No torneio que vai vim Se não tivé burro pra mim monta até no satanás
Cinco burro e cinco peão, tava formado o torneio Ele viu um burro à mais, tinha sete parmo e meio - Aprepare esse pra mim vou cortá ele de reio Quando ele montou no burro o bicho ficô vermeio Sumiu dali numa explosão E o rapaz morreu no chão sentado em cima do arreio
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
Compositores: Moacyr dos Santos, Joel Antunes Leme (Pedro Bento) ECAD: Obra #2017996 Fonograma #1030835