O primeiro fio é o primeiro momento E a partir dele que se vai tecendo Cada momento é único Não se pode voltar atrás, faça o que tiveres De fazer e no futuro não se arrependerás
Cada linha é um segundo constante Mas como toda coisa, há problemas As linhas se entrelaçam com as de outros tecidos E a linha branca fica com tons encardidos Os momentos simples esquecemos, E só damos valor ao que parecia nos ajudar
Quando se está a terminar de costurar Ai é que relembramos de como foi, fiar cada fio, Desatar cada nó, juntar cada pedacinho, Relembramos o tempo que gastamos, As cores que misturamos, As inovações que se formaram, Quando o carretel acabou, ficamos desolados no tempo, Cada fio tem sua história, seu momento, Sua glória, seu pesadelo
Cada fio é essencial para um belo tecido, Cada cor é essencial para uma estampa Cada linha é essencial pra juntar os pedaços Quando terminamos de tecer, E pusemos a toalha em nossa frente Desistimos de usá-la, ficamos apenas lembrando De como foi difícil fazê-la, sentamos na cadeira E com o manto nos cobrimos E ali adormecemos.