Num ranchito de barro sapecado Lá donde a estrada esquecera de passar A moça era o púrpuro pecado O fruto cobiçado daquele lugar Azeitava o frescor das goiabas O cesto de vime sem nada a comentar Apenas colhia e remoia O coração do moço que acabara de chegar
Quando desejo nos olhos do moço Que apojava vaca para o queijo preparar Estrábica vertigem nos seios virgens Onde a tez do tento era esguicho a viajar
Os sonhos da moça no cobre do tacho Nadavam no caldo a ferventar Os sonhos do moço no coalho do leite Buscavam o deleite do verbo amar As curvas da moça afloravam o vestido Segredo escondido a desabrochar Os medos do moço lanhavam tecido E partiam dos dedos a desabotoar..
Doçura na boca, goibada e queijo Açúcar na língua, veneno e punhal De fatia em fatia, beijo a beijo Um amor febril, com pitadas de sal.(bis)
Num ranchito de barro sapecado Lá donde a estrada esquecera de passar...
Compositores: Afonso Machado Greco (Pirisca Grecco), Rafael Ovidio da Costa Gomes ECAD: Obra #37290765