Eu vim do gueto um cristão preto e sei como é que é lá Mas Tu me viu ali e me chamou pra caminhar Abriu meus olhos e me fez enxergar Tudo que Deus desse século tentou ocultar
Desculpe, desculpe, mas nossa banana vale mais do que Dolce & Gabana Prefiro dar um rolê pelas ruas de Havana Do que conhecer a estátua da falsa liberdade americana Queria saber como é nadar em água queniana, saborear a culinária de Gana Saber se é deliciosa como a nossa baiana O que me acende e me inflama é a herança africana
A nova África, é o novo canto, a nova pátria E ela está, depois do Mar Vermelho Que vai abrir e vamos migrar, o novo lar Mas faraó e seus falsos profetas vão se afogar
Oh meus manos, não errem por mais quarenta anos O deserto não é nosso lugar, oh não Olhem, vejam no céu, a Estrela que nos guia e vamos Rumo ao novo tempo, o novo hip hop
O tambor batendo forte, bota fogo faz arder em chamas Ninguém fica parado na batida africana Esse negão aqui é compatriota de Zumbi, o grande ancestral armado Vou mais longe do que aquele que rasteja, pois sou marginal alado Morro livre, mas não vivo escravo, amo o rap, mas não sou teleguiado Sigo o plano do Bom Deus e não o do diabo Que vem representando nas rimas dos patrícios do outro lado E também de alguns daqui, que só querem whisky Champagne, jóia e carro Mitsubishi Ta tudo errado, hip hop junta e não desune os chegados Também jogo Playstation Mas meus mandamentos sim se parecem com os da zulu nation Playboy é playboy, marginal é marginal Loira não é burra, mulher não é cachorra Cor é detalhe, mas caráter é fundamental
O Egito foi a nossa terra de pranto e de dor A falta de exemplos fez nosso povo vagar no deserto em círculos Abandonar os vícios em prol da vitalidade traz prosperidade A nova ordem hip hop guiará homens e mulheres Para uma nova terra, uma terra em que mana leite e mel A nova ordem do hip hop propõe novos conceitos Pois os guerreiros do futuro viverão os novos tempos
Voltei pra falar pra favela o que já falei Outros te esqueceram, mas não esqueci de vocês