Tempo, como vai(?) Quase sem perceber. Choro seco ao te ver, mas não consigo te ver. Quando um passo dou, volto um e chego logo ao lugar que estou. Há meses (tempos) atrás, tudo era tão distante e agora é tão gigante, e continua tão longe. Sem pista, sem vista. Agora vejo que o nada não é tudo processado em minha cabeça que só pensa em não pensar. Mas quando estou sozinho, a necessidade não escolhe o que devo fazer. Em quem devo crer Se devo cuidar, ou só confiar Com gana lutar, ou em paz me entregar Quanto tempo faz. A gente nem sabe mais se é lua ou se é sol. Se a vida já virou pó. Se a curva vai desviar. Se a reta vai estender. E a mudança vem, mas vem apenas porque sou obrigado a esquecer, por não ter que lamentar lembranças de não poder ser quem eu penso ser. Paredes molhadas. As mãos transpiradas vão movimentando a poeira no chão, em volta da sala.