Projota
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Carta Aos Meus

Projota

Foco, Força E Fé


Dobra o joelho, irmão
Para de pedir milagre pro seu Deus
Aproveita e pede perdão
Pede pra saciar seu monte de distúrbios
Diz que pra sarar a terra dele
Vai precisar dois dilúvio inteiro

Duzentas noite de chuva pra limpar as impureza
Trezentos dia de morte pra matar as tristezas
Porque os irmão tão se matando por dólar
Por fome, por bola, por mulher, por pedra, por cola

Vejo um tanto de vida, que vem, que vão
Pensava que fosse as morte
Até que vejo que as vida é que são em vão
Um sobe e desce de alma sem corpo
Com tanto corpo sem alma
Aqui só vagando sem direção

As vezes é difícil ver luz que faça acreditar
Se cada um de nós tem sua cruz pra carregar
Por que nem todos levam chicotada?
Por que o salário dos irmaozim é um recibo de nada?

E eu negro de pele clara, branco de pele escura
Vejo os dois lado e num vejo nenhum da fechadura
Só vejo um lado da fixa ditadura
Vejo por todos lados o que eles chamam de vida dura

Já me disseram que eu sou branco demais pra ser preto
Já me disseram que eu sou preto demais pra ser branco
A cor num importa, porque quando você vem do gueto
O detector sempre apita na porta giratória do banco

Depois reclamam se cê ouve Facção,
Julga que são nocivo pros moleque que tão no mundão sem sorte
Num é preciso amor pra gerar uma vida
Mas a falta desse amor muitas vezes nos leva a morte

E as história são sempre as mesma por aqui
Quem morreu ontem ou quem já foi jurado pra cair
Quem só esconde ou quem já achou um lado pra trair
Tá à espera do apocalipse? Abre o jornal, tá aí

Para de ver as imagens, lê as notícias
Depois me diz quem tá errado, ladrão ou policia
Depois me diz que é culpado
Quem mata ou quem morre?
Depois me diz quem é safado
O que ataca ou o que corre?

São lados de moedas, você escolhe um
Bem, mal, fraco, forte, Buda, Ogum
Muito, pouco, nada, tudo, ser, não ser
Morrer, viver, só fazer peso na terra
Deus te deu arma, num te pediu pra ir pra guerra
Deus te deu alma, você decide o quanto erra
Não importa qual deus você escolher
Mas precisa acreditar em algo, mesmo que seja só em você
O mundo tenta desviar dizendo 'estamos sós'
Diz que a luz só existe nos seus faróis
Eu acredito em deus mesmo sem escutar sua voz
Porque mesmo com tudo isso
Ele ainda da outra chance pra nós

Sinceramente, também acredito em vocês
Acredito em mim, liberdade talvez
Mesmo com toda desgraça do mundo
Pra alertar meus irmão vagabundo, eu nasceria outra vez

E hoje eu nasço e faço com meu rap o que uma carta faz
Mas deixo uma observação atrás
Que se a sua esperança morreu, irmão fudeu
Ela era a última a morrer, você já não existe mais
Compositor: Jose Tiago Sabino Pereira (Projota) (ABRAMUS)Editor: Universal Music Publishing Mgb Brasil Ltda (UBC)Publicado em 2013 (21/Nov) e lançado em 2009 (27/Out)ECAD verificado obra #30981434 e fonograma #3831773 em 19/Abr/2024 com dados da UBEM

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