Esse lugar é um pesadelo periférico Fica no pico numérico de população De dia a pivetada a caminho da escola A noite vão dormir enquanto os manos "decola" Na farinha... hã! Na pedra... hã! Usando droga de monte, que merda, hã! Eu sinto pena da família desses cara Eu sinto pena, ele quer mais, ele não pára Um exemplo muito ruim pros moleque Pra começar é rapidinho e não tem breque Herdeiro de mais alguma Dona Maria Cuidado senhora, tome as rédias da sua cria Porque chefe da casa trabalha e nunca está Ninguém vê sair, ninguém escuta chegar O trabalho ocupa todo o seu tempo Hora extra é necessário pro alimento Uns reais a mais no salário Esmola de patrão cuzão milionário Ser escravo do dinheiro é isso, fulano Trezentos e sessenta e cinco dias por ano sem plano Se a escravidão acabar pra você Vai viver de quem? Vai viver de quê? O sistema manipula sem ninguém saber A lavagem cerebral te fez esquecer que andar com as próprias pernas não é difícil Mais fácil se entregar, se omitir Nas ruas áridas da selva Eu já vi lágrimas demais, o bastante pra um filme de guerra
Aqui a visão já não é tão bela... Não existe outro lugar... Periferia...Gente pobre...
Aqui a visão já não é tão bela... Não existe outro lugar... Periferia é periferia...
Aqui a visão já não é tão bela... Não existe outro lugar... Periferia...Gente pobre...
Aqui a visão já não é tão bela... Não existe outro lugar... Periferia é periferia...
Um mano me disse que quando chegou aqui Tudo era mato e só se lembra de tiro aí Outro maluco disse que ainda é embaçado Quem não morreu, tá preso sossegado Quem se casou quer criar o seu pivete ou não Cachimbar e ficar doido igual moleque, então A covardia dobra a esquina e mora ali Lei do cão, lei da selva... hã... hora de subir (Mano, que treta, mano! Mó treta, você viu? Roubaram o dinheiro daquele tio!) Que se esforça sol a sol, sem descansar Nossa Senhora o ilumine, nada vai faltar É uma pena, um mês inteiro de trabalho Jogado tudo dentro de um cachimbo, caralho! O ódio toma conta de um trabalhador Escravo urbano, um simples nordestino Comprou uma arma pra se auto-defender Quer encontrar o vagabundo desta vez não vai ter... "boi" Não vai ter "boi" (Qual que foi?) Não vai ter... "boi" (Qual que foi?) A revolta deixa o homem de paz imprevisível E sangue no olho, impiedoso e muito mais Com sede de vingança e previnido Com ferro na cinta, acorda na... madrugada de quinta. Um pilantra andando no quintal. Tentando, roubando as roupas do varal. Olha só como é o destino, inevitável O fim de vagabundo, é lamentável Aquele puto que roubou ele outro dia Amanheceu cheio de tiro, ele pedia Dezenove anos jogados fora! É foda, essa noite chove muito porque Deus chora
Muita pobreza, estoura a violência... Nossa raça está morrendo mais cedo... Não me diga que está tudo bem...
Muita pobreza, estoura a violência... Nossa raça está morrendo mais cedo... Não me diga que está tudo bem...
Muita pobreza, estoura a violência... Nossa raça está morrendo mais cedo... Não me diga que está tudo bem...
Muita pobreza, estoura a violência... Nossa raça está morrendo mais cedo...
Veveve... verdade seja dita...
Vi só de alguns anos pra cá, pode acreditar Já foi bastante pra me preocupar com meus filhos Periferia é tudo igual Todo mundo sente medo de sair de madrugada e tal Ultimamente andam os doidos pela rua Louco na fissura, te estranham na loucura Pedir dinheiro é mais fácil que roubar, mano Roubar é mais fácil que trampar, mano É complicado, o vício tem dois lados Depende disso ou daquilo ou não tá tudo errado Eu não vou ficar do lado de ninguém por quê? Quem vende droga pra quem? Hã Vem pra cá de avião, pelo porto ou cais Não conheço pobre dono de aeroporto e mais Fico triste por saber e ver Que quem morre no dia a dia é igual a eu e a você
Periferia é periferia... Que horas são, não sei responder... Periferia é periferia... Milhares de casas amontoadas... Periferia é periferia... Vacilou, ficou pequeno pode acreditar... Periferia é periferia... Em qualquer lugar... Gente pobre...
Periferia é periferia... Vários botecos abertos, várias escolas vazias... Periferia é periferia... E a maioria por aqui se parece comigo... Periferia é periferia... Mães chorando, irmãos se matando, até quando... Periferia é periferia... Em qualquer lugar.... Gente pobre....
Periferia é periferia... Aqui meu irmão é cada um por si... Periferia é periferia... Molecada sem futuro eu já consigo ver... Periferia é periferia... Aliados drogados... Periferia é periferia... Em qualquer lugar.... Gente pobre....
Periferia é periferia... Deixe o crack de lado, escute meu recado... cado... cado...
Compositores: Adivaldo Pereira Alves (Edy Rock) (UBC), Kleber Geraldo Lelis Simoes (Kljay) (UBC)Editor: Cosa Nostra (UBC)Administração: Altafonte Brasil (UBC)Publicado em 1997 (16/Jul) e lançado em 1997 (16/Ago)ECAD verificado obra #29559763 e fonograma #472509 em 12/Abr/2024 com dados da UBEM