Realidade Cruel
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Amanhecendo No Apocalipse

Realidade Cruel

Mais Cruel do que Nunca


[Parte 1]
O sol raiou no céu trutão;
que maravilha.
Pedi pra Deus que hoje fosse um grande dia;
que lá na minha quebrada, tivesse tudo em paz
Os manos tudo firme, sem treta e mais;
Sem noticia de velório irmão;
outro enterro não;

Ou talvez outro mano que foi preso então.
Histórias tristes que a favela nunca esquece
Enxuga com a biblia, as gotas de sangue que descem;
Cotidiano violento, quem que gosta?
viver refém do medo, na selva 24 horas;
Mó saudades dos tempos sem malicia sem tiro;

Só os manos curtindo, hum, lembrei do Dinho;
se foi com vários ecos numa madrugada;
assassinado no sereno e na fumaça;
do lixão, o corpo estrassalhado, quanto furo;
várias pauladas e arame farpado no pulso;
Quem contém o choro de uma mãe?, é foda;
criar o filho pra morrer desta forma, é foda (tá
pensando, barato é louco)
Deus também chorou quando viu no pé do morro;
seu filho crucificado, e o sangue escorrendo;
perdoai-os, Senhor eles não sabem o que estão
fazendo;
Periferia é bem pior que filme triste;
Amanhece o dia no Apocalipse.

[Refrão 2x]
Não, não;
Não, não, não, só queria;
A paz na periferia;
a paz na periferia;
chega de morte, de sangue e de tiro

[Parte 2]
Nossa...uma lágrima caiu
quando vi na TV um moleque com fuzil
lembrei....quanto vale o sonho da liberdade
Pra quem se tornou refém, dos muros, das grades
mas, quantas mortes, rancor, quanto ódio
Quanta gente sem paz, quanto pensamento diabólico
Só o amor e o almoço da familia
a lágrima e a dor, do preso no dia de visita
Pra quem sonhou, ser rei na periferia
de Mercedes Classe A quem diria
muito dólar, muito ouro, diamantes no pescoço
Glamour....o sonho de consumo
deixa louco qualquer um
que teve como herança a miséria;

Crescer sem um pai num barraco na favela;
A mãe de doméstica e mais três irmãos;
convivendo lado a lado, com o tráfico, os ladrão;
Pois é....dinheiro trás fama, glória, trás luxo;
transforma em principe um homem de caráter sujo;
Periferia é bem pior que filme triste;
Amanhece o dia no Apocalipse.

[Refrão 2x]
Não, não;
Não, não, não, só queria;
A paz na periferia;
a paz na periferia;
chega de morte, de sangue e de tiro

[Parte 3]
Quanto vale um sorriso, um abraço, talvez um beijo?
ou até mesmo um aperto de mão não tem preço
Quando o amor é sincero de um pai prum filho
não importa se é ladrão, se é bandido
ou se tá...na clinica de recuperação
tentando apagar o sofrimento e a desilusão
de quem....quase se matou de overdose
Crack, cocaina, passaporte de ida pra morte
Um milhão de perdão seria pouco
se o sonho da loucura, não fosse pra Mãe só desgosto
A lágrima em fim é cristalina; se o bem vence o mal
as palavras divina me deram....um corredor,
de luz sem rancor

Pra quem no mundão só conheceu ódio e dor
eu vi...o próprio anjo ser flechado no peito
uma pá de vela acesa, flores, enterro
Pessoas chorando, criança aos prantos
e o Senhor magoado no canto...
Do céu observando seus filhos se matarem
Por carro, dinheiro, status por crack;
luxúria de mais, o arbitrio é livre;
Jesus também sangrou mas o amor ainda existe
Periferia é bem pior que filme triste
Amanhece o dia no Apocalipse.

[Refrão 3x]
Não, não;
Não, não, não, só queria;
A paz na periferia;
a paz na periferia;
chega de morte, de sangue e de tiro

Compositor: Douglas Aparecido de Oliveira (Douglas)
ECAD: Obra #11034618 Fonograma #994855

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