Com a permissão do mestre supremo eis que aqui estamos novamente guiados, pela sede de justiça.
Em nome da verdade, em nome das famílias que ainda clamam por paz ao lembrarem dos entes que se foram em meio a essa guerra sangrenta que sobrevivemos A favela chora, o morro chora, a periferia chora. Lágrimas que lenço algum consegue secar, a ferida está aberta, não foi estancada, o antídoto é desconhecido por muitos e a cura é um sonho distante pra esse vírus chamado sistema implacável. Clamei ao rei dos céus, por dias menos violentos, mas minhas súplicas ainda não foram suficientes.
Aonde você está? Com o que, que você sonha? Carro bom, casa nervosa, jóias, mulheres? Discurso redundante né? Muitas das vezes já disseram que o próprio rap é redundante, mas o que, que não é? Diz pra mim o que de fato é.
Quantos moleques na vida do crime, quantas famílias na vida do crime, quantos policiais na vida do crime, quantas autoridades na vida do crime, sem dizer dos políticos que sobrevivem e vivem com a vida do crime!
Tive vontade de um dia, de parar com tudo isso ó meu, com essa vida loca, mas de que jeito? Se não sou a solução será que sou eu o problema? Ou se não sou o problema, será que está em mim a solução? Complexo, muito complexo!
E de complexos em complexos, minha voz atravessa alambrados, ruas, grades, em nome daqueles que acreditam em num amanhã melhor, num amanhã de menos cadáveres, num amanhã de menos violência, num amanhã de mais paz.
É chegado o momento da mudança, mudança comportamental, racional, espiritual e por que não, lógica. Pega sua vestimenta de guerra e se arma, mas se arma mesmo de coragem, pois o espírito gladiador que ah em você, nesse exato momento aflora pronto pra batalha, em humildes barracos de madeirite, aos ilustres palácios de platina, o tsuname em forma de trilha sonora, ecoará, trazendo à tona o impiedoso esquartejamento do sistema nos calabouços do ódio, é bem por aí realidade cruel.
Compositor: Douglas Aparecido de Oliveira (Douglas) ECAD: Obra #11034643