Jardins de Aço
Ei irmão, você pode me falar onde reside a paz
Eu procurei de mais, "mais" que agora foi em vão
Num encontrei nem se quer, na escada interminável
Do sub-consciente que te leva ao imaginário
Apenas vi só olhares, lágrimas, semblantes de rancor
Pra quem sonhou com ouro, diamantes
Filho! Minha riqueza não tá no vil metal
Minha base é minha família meu alicerce matrimônial
Hey! Palavras lindas, belas, porém
Requer cautela de um homem como eu
E olha só, oh! Cadê o seu mágico de oz
Sua fantástica fábrica de chocolate irmão
Olha ao seu redor e veja apodrecendo
Nas cadeias, tristão, igual o mestre na última ceia
Somos simplesmente um bando de cegos
Teleguiados freqüentemente ao inferno
Mas você não chora, não sofre em silêncio
Quando vê um sangue seu a minutos do próprio enterro
Não é possível! As flores perderam o perfume
É mesmo incrível como as tracas, as 9, as uzi
Trai e atrai como um ímã os meus e os seu irmãos
O sonho de consumo, ilusão
Você pode me dizer de uma maneira confortável, simples
Ou por favor com uma verdade eficaz
E se comparado ao olhar de uma criança triste
Será que neste mundo ainda existe a paz
Só espero que não seja tarde de mais (tarde demais)
Ei irmão olha pra mim porque cansei de errar
Cansei de sofrer, cansei de chorar
Cansei de fazer tudo que me levasse ao inferno
Das cadeias, velórios, necrotérios
E a neblina do ódio e rancor
Dos guerreiros mais nobres
E as lágrimas que ainda escorrem
Da mãe no leito de morte
Do filho que um dia sonhou por aqui
Dar luxo e jóias ao invés de jasmim
Nunca mais vai faze-la sorrir
Infelizmente aqui é assim
Cadê a paz que tanto procurei
As flores no jardim de aço que tanto reguei
Germinaram ao contrário, so vejo rancor
Nos corações ódio e dor (2x)
Eu tava humildemente cabisbaixo e pensativo
Poh! Tá tudo errado oh, irmão que que isso
Vi, presenciei até mesmo livramentos
Não acreditei quando recordei enterros
Em letras, poemas, manuscritos, saudades
Sou apenas grão de areia nesses parques de Bin Laden
Eu vi a letra jota na sigla PJLI
Quantos de nós que morreram por aqui
Enterrados em caixões lacrados, sem amigos
Com corpos em mares de sangue, crivados de tiros
E alguém no meu ouvido vem e dá um salve
- Isso memo bunitão, boa tarde pra nois então..
Tamo ai daquele jeito, a mil por hora, oh
Certo pelo certo, sem preguiça, nem demora
São Paulo é tudo nosso, vai vendo, é isso memo
Somos mais de trinta mil, aqui é o primeiro
Irmão, das suas palavras faço a minha de igual
Agradeço o respeito, mas para um momento sem Fal
Nem - canto rap, num sou crime
Ao contrário para muitos sou exemplo, sou vitrine
Embora monstro receioso, de carne, pele e osso
Que faz do veículo de comunicação profissão perigo
E para muitos tô montado só porque
Ando nos carro com os cordão que faz brilhar
Num colo em função, meus amigos são escassos
Deus tá do meu lado, ele não deixa faltar
Força e hombridade, respeito e lealdade
Amor no coração e muita dignidade
É isso! Vamo que vamo porque o ritmo é febril
Sem idolatrar ninguém, nem tiro de fuzil
Sem derramamento de sangue no pré-sumário
Dá licença que a mente em bang entra em colapso
Para, por favor me diz, se até hoje sua mãe é infeliz
E você não pode nem se quer caminhar
Cem metros em linha reta sem ter que parar
O barato é locão sangue bom, então me fala cadê a paz
Que eu também quero encontra-la
Cadê a paz que tanto procurei
As flores no jardim de aço que tanto reguei
Germinaram ao contrário, só vejo rancor
Nos corações ódio e dor (2x)
Sonhar com os bagulho da hora, quem que não sonha
Casaco de pele, moto nervosa, as roupas
Das grifes mais locas, os avanços tecnológicos
Sacar de blackberry, ostentar só com relógios suiço
Inconformismo só pras herdeiras
Ter que dividir comigo, primeira classe de empresa
aérea
Sentido europa, acima do oceano
Fala que me espera, abre os braços tô voltando
Tô chegando e boas novas eu vou trazer
O mundo que eles gostam não foi feito pra você, nem
pra mim
Então de furador, ces vai e saca
Entra que nem louco rasgando agências bancárias
E gasta tudo em um mês e volta a zero
Ou então perde tudo na masmorra do inferno
Duelo do homem vs moeda é o que faz
Você para e reflete, cadê a paz
Cadê a paz que tanto procurei
As flores no jardim de aço que tanto reguei
Germinaram ao contrário, só vejo rancor
Nos corações ódio e dor (2x)
Cadê a paz...
Nos corações
Somente ódio e dor
Cadê a paz...
Compositor: Douglas Aparecido de Oliveira (Douglas)
ECAD: Obra #11034651