Realidade Cruel
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Vale da Escuridão

Realidade Cruel

Quem Vê Cara, Não Vê Coração


Francamente irmão juro não esperava que fosse assim
Fazer o que né mais se Deus aguardava por mim
Mano aqui estou novamente de cabeça erguida
No meio da guerra, no meio da selva sigo a trilha
De sangue entre os porcos e os leões na sede
De ser mais um guerreiro ou apenas um sobrevivente
Menti pra quê disfarça ceis é loko
Aqui é ódio injetado nas veia até o pescoço
Não canto rap violento cusão apenas falo a verdade
Sem falsidades, sem massagem, sem maquiagem
Não é minha cota trai pelas costas ter vulgo de
escariotes
No mundo eu sei que tudo é prova pra saber
Se eu to pronto se to preparado pra ser quente
Pra bater de frente com o inimigo escoltado
Se deve achar né o Douglas chapo
Mas filma ao seu redor e veja só o que o sistema
criou
Verme que espancam a própria mãe na cadeira de roda
Ou que estupra a menina de 13 pra dar uma foda
Cadeia lotada, latro na agência bancária
Tiro por nada na executiva de blazer blindada
E aqui na favela desempregado pai de família
Que só queria ter comida nos pratos
Dos filhos sem ter que buscar
Cego de febre o açougue ou a padaria da vila
De bike com uma 12 é loko né tru
Pensamento retrógrado efeito diabólico
Que trás nas lembranças velórios, choros, saudades
De quem partiu dessa vida loka na cadeia
Ou na rua invadindo a mansão de toca
Metendo bala trocando com a ROTA sem dó
Pra família vê na TV morto no B.O.
Mais um filho de uma pobre coitada que chora
Mais uma pobre senhora,
Pois é pra você vê que não peça de teatro
A história me mostra que o crime não é rosas não é
fácil
Que o olha pra frente caminhar sem nenhum arranhão
No Vale da Escuridão ....

O mundo é triste né puta-que-paril
O foda é saber que sou descartável que nem BOMBRIL
Num sistema que me faz de lixo meu oferece um Cristo
Pregado na cruz sangrando numa coroa de espinhos
Meu salvador não se encontra de cabeça baixa
Pelo contrário a dor do calvário me trás fé na graça
Nunca so acompanhado de um exercito
De Porto Alegre a Brasília de todos os hemisférios
Mais pêra ai até hoje eu não entendo
Sofredor eu já nasci maquiavélico desde de cedo
Pelo ódio que me guia e uma amor pela favela
Pela luz que me ilumina e a morte que espera
Aqui estou derrepente humildemente sendo cordial
Talvez para-normal, distinto, fenomenal
Veja só ohhh os boy de classe média num falava
RAP Deus me livre, lugar de PRETO é na senzala
O tempo passa né o mundo roda
Hoje eles pagam pau e diz que nóis é foda
Bandido se eu tô tráfico então ave bak
Dando role de Missan braço gordo tem um enfarte
Mais não demônio dá com uma mão e tira com as duas
Por isso que eu faço a minha sem crescer o zoio na
sua
E vou preparado pro que dé e vier é ou não é
Pra surpresas de muitos ainda to de pé
Eu so queria que meus trutas entendesse
Que o inimigo é aquele passeia de Mercedes
Fumando charuto Cubano na costa do Sauipe
E não os moleque de 15 que carrega os rifle
Pois é queria ta errado e que tudo fosse ilusão
Que fosse apenas fruto da imaginação
Sobreviver na selva sem nenhum arranhão
No Vale da Escuridão

Compositor: Douglas Aparecido de Oliveira (Douglas)
ECAD: Obra #11034690 Fonograma #24109083

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