Sem endereço, quintal de lama Os inimigo tão de campana As visita são ratazana Os remédio feito de cana Sem Lacoste, sem Lecoq Sem Nike Shox, sem Reebok Barracão, tijolo vermelho As parede não têm reboque Vítimas de uma exclusão Desde cedo o drama começa Nunca pegou um livro na mão Mas desde cedo segurou as peça De olho na butique dela Não é Genival Lacerda Tá nascendo nova classe média Muitos tão na velha classe merda Correria, correria, renda 3 reais o dia Ilusão querer ser doutor Esperança de ser Abadía Com novas perspectivas Grana por aqui é diva Mas não tá tudo firmeza Porque a pobreza continua viva
Já ouviu falar em pobreza? Pobreza, ela não morreu Pode pá, ela não morreu Já ouviu falar em pobreza? Pobreza, ela não morreu Pode pá, ela não morreu (Pobreza, pobreza, pobreza, pobreza!)
Pobreza, pobreza Um certo dia vi ela Quando passei na viela Cruzando pela favela Pobreza, pobreza É conviver com a nojeira Morar em área de risco e dormir ao som da goteira Um carro louco é um abalo, o som batendo no talo Lugares que têm miséria, luxo é andar de cavalo Onde o dinheiro não rola, chinelo gastando sola Levando quase uma hora até chegar na escola Trampando desde criança e sonhando em ter uma Tv Um sonho realizado mas morreu sem aprender ler Criança não trabaia, criança dá trabaio Maioridade penal, eles querem a redução Caraio
Já ouviu falar em pobreza? Pobreza, ela não morreu Pode pá, ela não morreu Já ouviu falar em pobreza? Pobreza, ela não morreu Pode pá, ela não morreu (Pobreza, pobreza, pobreza, pobreza!)
Educação é negada Jogaram as sementes A terra foi regada Brotaram os indigentes Pra resolver geladeira vazia tão enchendo o pente A fome consome um prato com rango bem no ninho de serpente Pegando água do poço Andando a pé porque não tem carro Sem energia, casa de taipa Melhor estilo João-de-Barro Oito da noite já tá o breu O candeeiro já acendeu O quilombo ainda existe Saiba que ele não morreu Falta água porque não choveu Pedindo pra Deus, fazendo louvor Quem vive na extrema pobreza Tem em comum o escuro na cor Vivendo de favor Na terra que é seca não tem flor Na zona do sofredor, pobreza desfila sem pudor Vivona
(Quando você fala de terra você fala de riqueza e esta riqueza é disputada Disputada pelos grandes latifúndios disputada pelos fazendeiros, disputada por muitos)
Já ouviu falar em pobreza? Pobreza, ela não morreu Pode pá, ela não morreu Já ouviu falar em pobreza? Pobreza, ela não morreu Pode pá, ela não morreu (Pobreza, pobreza, pobreza, pobreza!)
Compositor: Danilo Albert Ambrosio (Rincon Sapiencia) ECAD: Obra #15024864 Fonograma #13909037